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Esquerda pró-imperialista

“Fora Putin e fora OTAN” significa “fora Putin e fica OTAN”

Sob o disfarce de Fora, Todos; ou 'buscamos a paz'; a esquerda pequeno-burguesa serve como agente do imperialismo.

Fora todos eles

A esquerda pró-imperialista tem uma tribo chamada Nem-Nem, que sempre prega ‘nem este, nem aquele’. Os Nem-nem são parentes de uma tribo mais belicosa e radical, os Fora-Fora, que querem que todos saiam. Como em política não exise vazio, os Fora-Fora sempre se contentam quando apenas um lado sai de cena.

Temos um exemplo bem característico de Fora-Fora. O PSTU, durante a campanha pelo Fora, Temer, saía às ruas com faixas escritas Fora todos. Esse ‘todos’ incluia Dilma Rousseff, que estava sofrendo um golpe disfarçado na forma de um processo de impeachment.

As reivindiações dos Fora-Fora, para os desavisados, parecem ser muito radicais. Em 2016, eles diziam que estavam nas ruas para tirar todos. Mas, bastou Dilma ter sido tirada do cargo e os Fora-Fora nunca mais foram vistos. Missão cumprida? Não é preciso ser um ‘antropólogo político’ para saber que se trata de direitistas infiltrados no movimento da classe trabalhadora.

Os Tudo-igual

Esquecemos de mencionar que existe ainda uma terceira tribo que é uma espécie de elo-perdido entre os Nem-Nem e os Fora-Fora, são os Tudo-igual. Para essa tribo, por exemplo, não houve golpe no Brasil porque PT e burguesia são todos iguais.

O PCB, no dia 25 de fevereiro, publicou em seu sítio um artigo que ilustra bem como vivem os Tudo-igual. O referido artigo trata da atual crise que culminou no ataque defensivo da Rússia contra a Ucrânia. No começo até que são comedidos, reconhecem que se chegou a um esgotamento das tratativas diplomáticas de resolução do conflito que envolve Rússia e Ucrânia e que tem, como razão primeira, a anunciada possibilidade de ingresso da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN”.

Seguindo mais para o final do texto, nosso espírito começa a ser preparado com a frase “A Rússia de hoje não é a antiga União Soviética socialista, cujo fim pôs por terra as muitas e profundas conquistas dos trabalhadores soviéticos. A Rússia é, hoje, um país capitalista, cujo governo atual tem pretensões expansionistas e exerce forte repressão interna aos movimentos dos trabalhadores”. O parágrafo seguinte se inicia com “Os interesses das burguesias estadunidense e russa são evidentes nessa luta pela partilha do mundo capitalista e a guerra não interessa aos trabalhadores”.

No último parágrafo, lançam o “A única solução para esse conflito, cuja escalada está longe de terminar, passa pela luta independente da classe trabalhadora mundial contra o imperialismo dos EUA, da OTAN e do sistema capitalista. (grifo nosso) Sistema capitalista, aqui, é uma maneira velada de se referir à Rússia. Falta coragem para dizer Rússia e ficar abertamente do lado do imperialismo, então, lançam mão de uma certa retórica.

Todos sabemos que não existe uma terceira-via no conflito entre Rússia e Ucrânia, esse foi um lance do imperialismo que não deixou saída para Rússia além da autodefesa. Não se trata de uma luta entre setores do capitalismo, mas entre a grande burguesia internacional contra uma burguesia nacionalista. Isso também é luta de classes. É bom que se diga. Não é incomum o imperialismo atacar burguesias locais e infligir à população de países inteiros as mais duras guerras e privações, como no Iraque, Líbia, dentre tantos.

A cereja do bolo fica para a frase demagógica final que apela para o identitarismo: Trabalhadoras e trabalhadores do mundo, uni-vos!. A única coisa que nos resta é torcer para que não lancem uma versão do Manifesto Comunista em linguagem ‘neutre’.

Juntos… com o senso comum

O sítio do Juntos é menos sutil que o PCB e entrega o ouro logo de cara no título do texto. “A invasão da Ucrânia e a crise entre imperialismos”. Embora o título afirme que seja uma crise entre imperialismo, portanto a Rússia teria que ser imperialista, logo no primeiro parágrafo afirmam que “As potências ocidentais (imperialismo) já ameaçam sanções (contra a Rússia) e toda crise pode se desenvolver em repercussões econômicas de escala mundial.”.

Por acaso a Rússia é um consórcio de potências mundiais que controlam a OTAN? Não. A Rússia tem condições de impor sanções a esses países? Não. E ainda assim chamam a Rússia de imperialista.

O texto é uma repetição de vários sensos comuns que cansamos de encontrar nos meios intelectuais pequeno-burgueses. Diz que a Rússia busca a hegemonia, anexou a Crimeia. Depois, apela para autodeterminação dos povos. Tudo isso para, no final “repudiar fortemente a invasão militar russa”. Exatamente a opinião do imperialismo. Não adianta ficar falando que “é necessária uma mobilização global anti-militarista e anti-nuclear” (grifo nosso). Não estamos vendo mobilizações locais, quanto mais globais, isso não passa de conversa fiada. Precisam de um conflito envolvendo a Rússia para proporem essa empreitada? Onde estava todo mundo quando destruíram a Líbia, a Síria, o Iêmen, no bombardeio à Somália?

“Nossa mobilização é pela paz”. Mentira, não para de ter guerra e essa gente não sai do sofá. Aliás, muita gente que se diz contra ‘blocos imperialistas’, ficou contra a expulsão dos imperialistas do Afeganistão. Vão dizer que é por causa do Talibã, que oprime as mulheres. Pois bem, os EUA confiscaram, ou melhor, roubaram, bilhões do Afeganistão e 9 milhões de pessoas estão ameaçadas de morrer de fome! Pelo menos metade é de mulheres nesse número. Cadê os defensores das mulheres?

Infiltrados

Todos esses grupos de esquerda que agora se dizem ‘a favor da paz’; que são pelo ‘fora todos’; ou pelo ‘nem este, nem aquele’; ou ‘é tudo igual’; não passam de agentes, conscientes ou não, do imperialismo genocida.

Em política é crucial se posicionar, demarcar os campos, para deixar bem claro de que lado estão atuando as forças sociais. A classe trabalhadora tem que ser radical na defesa de seus princípios e não pode ter medo de se colocar diante das circustâncias. Se o imperialismo ataca um país, a classe operária tem o dever de apoiar esse país, mesmo que no seu governo haja um ditador que odeia as mulheres, e os gays, o que seja; pois o imperialismo será ainda mais impiedoso. Está aí o Afeganistão para quem quiser ter uma lição ao vivo do quão malígno é o nosso principal inimigo.

Nunca é demais repetir: a classe trabalhadora tem que aprender a distinguir quem são seus inimigos, estejam eles do lado de lá ou infiltrados em nossas fileiras. Essa é a única maneira de avançarmos nessa luta.

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