Estamos vivendo uma nova época de obscurantismo, a burguesia mundial hoje é contra a liberdade de expressão absoluta.
Essa é uma teoria anti-democrática, porém a esquerda pequeno burguesa concorda com essa ideia, para eles se algo for dito contra o que eles acreditam ser o politicamente correto deve ser proibido e cancelado.
Em meio a essa histeria, chegando ao ponto de eles usarem o grito de alerta de “fogo no cinema” como liberdade de expressão, sem se darem conta que se expressar não tem nada a ver com alertar, eles vem usando o extremamente reacionário Karl Popper, o novo guru dos ditos antifascistas.
Eles partem da premissa do direito coletivo, mas se esquecem que essa é uma lei nazista, a lei nazista dizia que se alguém tomar alguma atitude ou dizer alguma coisa e essa coisa for contra a sociedade coletiva deve ser proibido e caçado, mas quem é o coletivo é o estado e não o povo, que deve ter o direito do individuo.
Os bem pensantes tomam o Paradoxo da Tolerância de Popper como a mais pura verdade, esse paradoxo diz que “A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo aos intolerantes, e se não estivermos preparados para defender a sociedade tolerante do assalto da intolerância, então, os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles”.
Isso nada mais é do que uma maneira reacionária e burguesa para calar o povo, com a desculpa de calar os nazistas essa premissa parte para o povo, como já disse Trotski, a história nos mostra isso.
Mas afinal quem foi Karl Popper, o direitista que fez a esquerda universitária trocar o Karl que dizia seguir.
Popper foi membro do Partido Comunista da Áustria, mas quando questionou os líderes do partido sobre a necessidade de ir a uma manifestação onde poderia haver mortes, ele teria obtido a resposta de que para se realizar a revolução alguns sacrifícios devem ser feitos. A partir daí, começou a questionar a ideologia marxista. Com o tempo, Popper buscou refutar o Marxismo e tornou-se um liberal extremamente reacionário. Em 1947, Popper fundava com Friedrich Hayek, Milton Friedman, Ludwig von Mises e outras figuras extremamente direitistas a Sociedade Mont Pèlerin para defender o Liberalismo clássico.
Por liberalismo clássico devemos entender, nesse caso, o neoliberalismo. Esse responsável pela devastação de vários países do mundo e ditaduras como os regimes militares sul-americanos. Mises, por exemplo, fez parte do governo fascista da Áustria. Friedman era ideólogo econômico do governo Pinochet no Chile.
A teoria política de Popper não era nada mais do que a máxima reacionária de que nazismo e comunismo são iguais. Portanto, não tolerar os intolerantes significa proibir o nazismo, mas também o comunismo.
Isso mostra claramente que essa esquerda que toma Popper como explicação para o “cancelamento” de Monark e Adrilles está totalmente a reboque do imperialismo reacionário, afinal a ideia de que a liberdade não pode ser irrestrita é uma política totalmente reacionária e tirada da justiça nazista.
Agora estamos vendo um fenômeno bastante interessante. Estamos vendo a esquerda pequeno-burguesa, que se diz marxista, se assumir popperiana.
Essa esquerda faz isso porque se usar Marx e os marxistas vai ter que bater de frente contra os interesses da burguesia e do imperialismo no debate sobre a liberdade de expressão. Já Karl Popper, esse sim é o filósofo perfeito para justificar a política da burguesia de censura.
O debate sobre a liberdade de expressão envolvendo o ex-apresentador do Flow Podcast, Monark, acusado de nazismo por comentar, de passagem, que é a favor da legalização de todos os partidos, incluindo um partido nazista. A acusação contra ele é claramente uma calúnia, já que ele apenas emitiu uma opinião sobre um determinado tema.
E essa opinião foi um pretexto para que a burguesia colocasse em marcha sua máquina de propaganda e de repressão. Uniram-se rede Globo e toda a imprensa capitalista, partidos golpistas e os bolsonaristas, com o apoio da esquerda pequeno-burguesa. Monark pode ser indiciado e apareceu no horizonte até mesmo o projeto de Eduardo Bolsonaro para criminalizar o nazismo e o comunismo.
E aí, para justificar o apoio à política da direita de censura e perseguição, começaram a aparecer os defensores da tese de Karl Popper sobre ser “intolerante com os intolerantes”.
Isso criou o pretexto para que todos, literalmente, todos fossem contra o ataque que Monark vem sofrendo, e até Bolsonaro está posando como antifascista.
Não podemos cair nessa histeria de cancelamentos e acusações levianas contra a liberdade de expressão, pois já está em marcha um ataque maciço contra o povo, contra a esquerda combativa, afinal o famigerado projeto de lei de Eduardo Bolsonaro, de criminalizar o comunismo, voltou à tona com esse ataque de loucura coletiva. Eles alegam que o comunismo matou mais que o nazismo e também deve ser proibido, mas para eles se o nazismo for ou não proibido não faz a menor diferença, eles continuam a usar o método fascista contra o povo, como, por exemplo, na Ucrânia, onde o nazismo é proibido, mas existe um partido nazista, só que com outro nome, organizado e com milícias prontas para atacar o povo eslavo.
Portanto, essa teoria de não tolerar os intolerantes não são nada mais do que uma cortina de fumaça na classe trabalhadora para que a burguesia execute sua missão de escravidão do povo.