Começa nesta quinta-feira (10), o primeiro julgamento contra a autoproclamada ex-presidente golpista da Bolívia, Jeanine Áñez. A Procuradoria solicitou uma sentença máxima de 10 anos.
Em 2019, o nacionalista Evo Morales ganhou as eleições de maneira democrática e legítima, porém a extrema-direita fascista, aliada à direita nacional, não aceitou a derrota e saiu as ruas promovendo uma onda de violência e destruição, pedindo a anulação do resultado. Camponeses, indígenas e trabalhadores também foram as ruas para defender a democracia do país. Com o confronto ficando cada vez mais inevitável, o comandante golpista das forças armadas forçou a renuncia de Evo, que teve que fugir do país.
Com isto, Áñez que era senadora, através de manobras inconstitucionais e incentivada pela OEA (o braço do imperialismo nas américas), assumiu a presidência em 12 de novembro de 2019. Entre as muitas anomalias citadas pelo Ministério Público, destaca-se o fato de Áñez ter colocado a gangue presidencial em uma sessão do Senado que não tinha o quórum necessário para validar a cerimônia. Também segundo a Constituição boliviana, quem deveria assumir a presidência era algum legislador do Movimento ao Socialismo (MAS) partido de Evo, já que eles tinham a maioria dos assentos, e não alguém do bloco de oposição do qual Áñez fazia parte.
Será julgado também Flavio Gustavo Arce, ex chefe do Estado Maior, Pastor Mendieta, ex comandante do exército, Gonzalo Terceros, ex comandante da Força Área e Palmiro Jarjury, ex comandante das Forças Armadas. Além de dois fugitivos, Yuri Calderon, ex-comandante da polícia e outro ex-comandante das Forças Armadas Williams Kaliman.
Áñez chegou a governar por um ano e foi presa 5 meses depois que Luis Arce também do MAS vencer as eleições em 2021.
Qual lição podemos tirar do caso boliviano? Que o imperialismo pelas sua necessidades políticas e econômicas, continuará a fomentar e financiar golpes de estado em toda a américa latina e que o único caminho viável e seguro para enfrentá-lo é a mobilização popular. O Brasil este ano é a bola da vez e pelo fato de ser o país mais importante da américa latina, os golpistas não medirão esforços para dar continuidade ao golpe iniciado em 2016.
Por isso para garantir Lula presidente é preciso continuar com as mobilizações populares em todo o Brasil, criar milhares de comitês populares e enfrentar os golpistas nas ruas.




