Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, desde 2007, não havia fila para matrícula no ensino fundamental. Atualmente, cerca de 14 mil crianças estão na fila por uma matrícula no 1º ano do ensino fundamental na capital paulista.
Conforme a legislação municipal, as turmas de 1º ano podem ter no máximo 30 alunos por sala. Assim, para atender mais crianças nessa série, seria necessário construir mais escolas.
“Geralmente as crianças quando saem do CEU Guarapiranga são transferidas para o Leila Sabino [para cursar o ensino fundamental], que não tem espaço físico e a única sala da 1ª série já tem 42 alunos. No CEU também não tem mais vaga”, afirma Ribeiro, um arquiteto desempregado.
Outro relato exemplifica o desespero de pais e dá a dimensão do prejuízo na alfabetização das crianças e expõe o problema do trabalhador que não tem com quem deixar o filho quando vai trabalhar.
“O que me preocupa muito é por ser a primeira série, como meu filho vai aprender a ler, escrever. E eu preciso trabalhar, não tenho com quem deixá-lo”, relata Adrielly Santos Alves da Silva, mãe de Gabriel, 6.
Importante lembrar que em 2017, quando o então prefeito da cidade de São Paulo, João Doria (PSDB), pretendeu fornecer ração humana nas merendas escolares. Somente desistiu deste seu projeto devido à sua impopularidade, que gerou repercussão nacional negativa à imagem do político tucano.
Agora, aquele mesmo prefeito tucano que pensa que filho de trabalhador é gado para comer ração, João Doria (PSDB), que herdou o trono burguês do Governo de São Paulo, e que impõe a mesma política neoliberal que é aplicada pela atual administração da Prefeitura de São Paulo, não menos direitista, mas de dinastia distinta da tucana, pois encabeçada pelo Prefeito Ricardo Nunes (MDB), deixam juntos, abandonam, centenas de milhares de crianças sem escola no Município de São Paulo, pois não cumprem com suas responsabilidades comuns, pois, segundo lei nacional, garantir escola para todos nos anos iniciais do ensino fundamental é dever dos estados e dos municípios juntos.
Resultado de um projeto histórico de política entreguista neoliberal que sucateou todos os setores da sociedade paulista ao longo dos anos. Não aplicando recursos em educação como deveria, pois Em 2021, apenas 20% da verba total para reformas e melhorias estruturais em unidades escolares foram utilizadas pelo governo estadual. Dos R$ 576,3 milhões disponíveis apenas R$ 114,1 milhões foram empregados com esta finalidade, ou seja, mais unidades escolares e salas de aula poderiam ser construídas e não foram.
O governo de São Paulo utilizou verbas para compra de aplicativos, tablets, chips, etc. de grandes empresários para realizarem ensino à distância durante a fase mais aguda da pandemia, mas deixou de empregar os outros 70% de recursos que já estavam destinados para reformas e melhorias das unidades escolares. Isso demonstra o projeto de destruição do ensino público promovido pela administração tucana.