Onde está a CIA no Brasil? – perguntou Leonel Brizola, rodeado por jornalistas em entrevista ao programa Roda Viva.
Um silêncio toma o estúdio, e o sorriso amarelo dos entrevistadores intriga o telespectador.
O jornalista alemão Udo Ulfkotte, ex-editor do jornal de massa Frankfurter Allgemeine Zeitung, revelou ao mundo (através de livros como Presstitutes: Embedded in the Pay of the CIA) a influência e o controle da agência estadunidense nos veículos de imprensa do ocidente.
Ulfkotte, como todos os denunciantes, pagou um alto preço pela publicação de seu livro. Ele foi demitido de seu emprego e simplesmente banido de trabalhar na imprensa. Além disso, a polícia alemã realizou buscas frequentes em sua casa.
No livro Gekaufte Journalisten (Jornalistas Comprados) o próprio Ulfkotte afirma ter sido subsidiado pela CIA e pelo serviço secreto alemão durante anos. Assim como ele, muitos outros colegas constavam na “folha de pagamento” e também eram financiados.
Nesta entrevista à RT, Ulfkotte explica como funciona o recrutamento.
Ninguém chega para um jornalista e diz “nós somos a CIA e você trabalhará para nós”. A tática é sutil, mas eficaz: o jornalista é chamado para conhecer os EUA, recebe bolsa de estudos, convites para universidades – com todas as despesas pagas. Assim, “eles fazem de você um bom contato para cooperar”, descreve Ulkfotte.
Será que influencers, jornalistas e ativistas brasileiros conseguiram inventar o almoço grátis?
A lógica, a história e a geopolítica dizem que não.
E a esquerda brasileira, que tem amadurecido neste sentido, precisa ouvir aquela outra máxima (dos ácidos e espertos norte-americanos): follow the money!
No Brasil de 2022, é cada vez mais evidente a importância de seguir o dinheiro.