As últimas declarações mais à esquerda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão irritando a reacionária burguesia brasileira, que ainda abrirá sua caixa de ferramentas golpistas para sabotar a vitória de Lula ou no futuro impedir sua posse ou não o deixar governar a partir de 2023.
A possibilidade de Geraldo Alckmin (ex-PSDB) ser vice de Lula já é uma ação com vistas à desmoralização da candidatura do ex-presidente e de toda sua militância por parte da burguesia. Porém, mesmo com essa cogitação de vice, Lula continua sendo o inimigo da burguesia e do imperialismo.
Segundo o jornalista Fernando Morais, biógrafo do ex-presidente, “Lula saiu da cadeia um anti-imperialista e um antirracista maior e mais sólido do que era”. Lula já defendeu Cuba, Venezuela e Nicarágua, países-alvo do imperialismo americano nas Américas e sem nenhum apoio da esquerda pequeno-burguesa que anda a reboque da política imperialista.
“Por que Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e Daniel Ortega não? Por que Margaret Thatcher pode ficar 12 anos no poder e Chávez não? Por que Felipe González pôde ficar 14 anos no poder? Qual é a lógica? ”, questionou Lula sobre as críticas a esses países que vêm lutando em prol de sua própria soberania.
Em 29 de janeiro, sobre a política abusiva de preços da gasolina praticada pela Petrobrás, fruto das privatizações ocorridas nas refinarias da empresa, Lula disse que “nosso combustível não precisa seguir preço internacional. Pode se preparar se a gente ganhar as eleições, a gente vai mudar esse jogo. Por que nós temos que vender a gasolina dolarizada se ela é extraída em real?”
Em 4 de janeiro, sobre a reforma trabalhista implantada no governo do golpista Michel Temer (MDB) e continuada no de Bolsonaro (PL), reforma esta que só tirou direitos e aumentou a taxa de desempregados no país, o ex-presidente sinalizou em reunião na Espanha que vai mudar. “A reforma espanhola serviu de modelo para a brasileira e ambas não criaram empregos, só precarizaram os direitos. Já temos o caminho”, disse Lula.
Esses e outros posicionamentos de Lula animam a sua base operária e popular e a militância de seu partido, bem como o conjunto de seu eleitorado. Diante disso, a reação da burguesia, com seus ataques baixos nos principais meios de comunicação, poderá ficar mais violenta do que a habitual.
Mas com mobilização popular, com união entre as associações e movimentos populares progressistas e realmente de esquerda, pode-se frear a continuidade do golpe, derrotar Bolsonaro e eleger Lula, que é o candidato mais adequado para impulsionar o movimento de ruas e a mobilização popular, única maneira da construir um governo dos trabalhadores.
Agora é preciso que o conjunto da esquerda e dos movimentos que defendem a candidatura Lula mobilizem o povo para levar adiante sua candidatura. O PT já anunciou que irá criar 5 mil comitês populares para a campanha de Lula. O PCO já havia expressado sua vontade de realizar o mesmo. Todos os que lutam pela candidatura Lula devem se somar a essa iniciativa e construir comitês Lula Presidente em cada bairro operário, em cada favela, em cada local de trabalho, escola, universidade, ocupação, assentamento.
É preciso colocar a militância nas ruas, fazendo propaganda junto aos trabalhadores, com cartazes, folhetos, jornais, adesivos e panfletos, para explicar ao conjunto da população quais são as reivindicações do movimento popular para um governo Lula e um governo dos trabalhadores.
No final de fevereiro, o PCO e o Bloco Vermelho estão articulando a organização do segundo grande ato nacional por Lula Presidente ─ após o que ocorreu em 12 de dezembro em São Paulo. Este novo ato será realizado no Rio de Janeiro, com caravanas que partirão de todos os cantos do País para encher as ruas da Cidade Maravilhosa e demonstrar, neste início de ano, a iniciativa da classe trabalhadora e da militância de esquerda em combater desde já a fraude que a burguesia prepara nas eleições para evitar a vitória de Lula.
Todos às ruas por Lula presidente!