O caso envolvendo o famoso cantor canadense, Niel Young, e a plataforma de streaming Spotify é mais uma prova de que é muito mais interessante deixar as pessoas falarem o que quiserem, mesmo sendo algo absurdo sob qualquer ponto de vista, do que pedir para censurar, tirar do ar, cortar etc.
Young ameaçou retirar suas músicas da plataforma caso a Spotify não removesse um podcast que, segundo ele, dissemina informações falsas sobre a COVID-19. O resultado foi reverso: além do podcast continuar, a Spotify retirou as músicas do cantor da plataforma de streaming. O feitiço se voltou contra o feiticeiro.
A caso ilustra bem que, no final das contas, são os monopólios capitalistas que ditarão as regras, são eles que dirão o que pode e o que não pode ser dito. Aqui é preciso dizer que muitos setores da esquerda nacional se tornaram grandes censuradores. Principalmente nas redes sociais, sempre aparece alguém pedindo que a extrema-direita bolsonarista seja calada, seus perfis sejam banidos ou suspensos, etc.
Ao fazerem isto, estes setores esquerdistas se colocam ao lado dos monopólios, sentam no seu colo, achando que a luta de classes se trata não de uma luta política e econômica encarniçada, mas de um “bom senso” abstrato e colorido. Na primeira crise econômica, este “bom senso” se tornará o pior pesadelo para os trabalhadores.
Por princípio político e democrático, a liberdade de expressão e algo inviolável, em qualquer Estado constituído. Quem deve sempre “ditar” as regras são as reais necessidades materiais da população pobre, oprimida e miserável.