O Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou que irá lançar durante o seminário Resistência, Travessia e Esperança, que acontecerá nos próximos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, a Rede Nacional de Comitês de Atuação Partidária (RAP). O objetivo é que até maio 5.000 mil comitês sejam criados. O evento contará com a participação do ex-presidente Lula.
Em documento divulgado nas redes sociais o partido explica que os comitês serão divididos em dois tipos: territoriais e setoriais. Os territórios serão representados pelas instâncias municipais do PT, mas poderão ser criados em cidades onde não há diretório do partido. Já os setoriais tratarão de temas específicos e terão metas e tarefas de acordo com suas áreas. “A territorialidade será um eixo fundamental para aproximar as pessoas das lutas sociais. Serão criados comitês nos diretórios e núcleos de vivências, estudos e lutas e a partir daí se espalharam para cada bairro, comunidade, distrito ou região. Os comitês setoriais estarão presentes nas universidades, nos sindicatos, nos espaços de arte e cultura, nos movimentos sociais do campo e das cidades e terão papel fundamental na consolidação dos comitês territoriais.”
Um aspecto em particular chamou bastante a atenção neste documento de orientação, a orientação deixa claro que os comitê não devem existir somente na eleição e devem ser mantidos após as eleições para mobilizar a população “Durante a campanha eleitoral de 2022, esses comitês se tornarão “Comitês Populares Lula Presidente” com o objetivo de garantir e ampliar o máximo nossa vitória eleitoral. Após as eleições, os comitês continuarão a existir, como base de sustentação para as reformas necessárias para construir e transformar o país”.
Nota-se o aspecto bastante esquerdista da proposta, tirando alguns aspectos secundários, este texto poderia muito bem ser uma orientação do Partido da Causa Operária (PCO) para a formação dos comitês, comitês por bairro, sindicato, assentamento, a manutenção dos comitês para mobilizar a população em defesa de seus interesses são todos aspectos em comum da nossa proposta de formação dos comitês. Neste sentido, é uma evolução à esquerda da candidatura do Lula. A direção do PT compreendeu ou está indo neste caminho, de que será necessário mobilizar a população, tanto para eleger o Lula, quanto para garantir o governo.
Portanto devemos aproveitar o impulso de uma organização do tamanho que tem o PT e participar ativamente da construção desse 5.000 mil comitês.