Está programado para ocorrer, agora em 2022, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais uma edição do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), que tem como objetivo avaliar, através de pesquisas, características importantes do ensino e da aprendizagem em mais de 80 países. De acordo com a avaliação da chefe de pesquisa do Centro de Pesquisa e Inovação Educacional da (OCDE), Tracey Burns, a pesquisa inevitavelmente mostrará um aumento da “desigualdade entre países e dentro deles” e revelará uma posição vacilante quanto aos benefícios da implementação do EAD.
Confira a posição do PCO sobre o tema.
Desde quando se anunciou, durante a pandemia, a obrigatoriedade da modalidade de ensino à distância (EAD) no Brasil, o PCO advertiu amplamente sobre a impossibilidade de realização dos objetivos dessa fantasiosa proposta frente à profunda, e evidente, desigualdade social da população brasileira. Desigualdades vivenciadas diariamente, nas mais variadas e diversas formas de experiências de restrições, pela grande maior parte da classe trabalhadora.
São muitas as causas da escassez de recursos necessários para viabilizar uma democratização do acesso ao ensino à distância, desde a qualidade rasteira do fornecimento de sinais de internet pelas operadoras no Brasil – ruim em áreas urbanas e, pior ainda, quando se trata de áreas distantes de grandes cidades -, até falta de renda suficiente das famílias para comprar os aparelhos necessários, as ferramentas tecnológicas, o novo material didático indispensável.
Também por se tratar da realidade de toda uma categoria profissional pifiamente remunerada, a situação se mostra ainda mais complexa e problemática. A classe trabalhadora não tem como arcar com os próprios meios de produção adequados, nem com o acesso e nem com a manutenção dos estudos dos seus filhos.
Num momento de franca destruição das políticas públicas brasileiras, de aumento do desemprego, de empresas fechando, de desmonte do setor da construção civil nacional, de quase erradicação de concursos públicos, de aumento de preço dos alimentos, acompanhados da diminuição vertiginosa do poder de compra do salário mínimo, torna-se materialmente impossível para os mais pobres darem prosseguimento às suas vidas escolares através dessa modalidade de ensino.
Em vez de encurtar as distâncias, a obrigatoriedade deste modelo de ensino, as ampliará. Enquanto os poderes públicos não reagirem e não atuarem verdadeiramente pela melhoria da condição de vida do povo, estarão os estudantes sujeitos às escolhas didáticas de empresas que tratam educação como tratam mercadoria.
O desastre é iminente. A desigualdade social se ampliará com mais distinção ainda entre as pessoas de diferentes classes. As oportunidades de acessos, de crescimento profissional, se reduzirão. Esse projeto é um verdadeiro “salve-se quem puder, e se puder”.
Cabe às organizações estudantis do país inteiro, as juventudes partidárias, as representações estudantis, os demais coletivos de luta estudantil, formarem seus comitês de luta estudantis e se manifestarem veementemente em contrário a esse projeto devastador para o futuro da classe trabalhadora.
Nada de EAD, nada de volta às aulas, por uma greve nacional, Fora Bolsonaro e Lula Presidente!