Nesta quarta-feira (19), o ex-presidente Lula participou de uma coletiva de imprensa. A entrevista, transmitida às 10h30 pelos perfis do Brasil de Fato, tomou lugar em São Paulo e contou com a participação de veículos midiáticos independentes.
Na ocasião, Lula tratou, primordialmente, de questões envolvendo as eleições presidenciais deste ano. Ademais, demonstrou que seu posicionamento está cada vez mais à esquerda. Confira alguns destaques da entrevista abaixo:
Mercado Financeiro
“Não posso querer ser presidente para resolver problemas do sistema financeiro, dos empresários, daqueles que ficaram mais ricos durante a pandemia. Só tem uma razão para eu voltar a ser presidente: para que o povo volte a sonhar.”
Relação com o imperialismo norte-americano
“Eles têm que compreender que o Brasil é o país mais importante da América Latina, o maior em população, o maior economicamente e o Brasil tem interesse em crescer junto com todos os países da América Latina e da América do Sul. E o Brasil pode ser um grande protagonista.”
Política industrial
“O Brasil precisa pensar em recuperar sua capacidade industrial. A indústria já representou 30% do PIB. Hoje representa de 10% a 11%. A indústria desapareceu porque quiseram que ela desaparecesse. Precisamos fazer uma grande discussão do que entendemos por uma nova política industrial. Qual mercado podemos entrar; o que podemos estruturar. Se pegarmos nossos cientistas, nossas universidades, nossos empresários jovens e modernos, podemos apresentar.”
A ONU
“Temos que construir outro mundo. Precisamos rediscutir uma nova governança mundial. Precisamos de uma ONU rejuvenescida, renovada, mais representativa da geopolítica atual e com determinados poderes […] Sobretudo na questão ambiental e da paz, precisam de decisões coletivas e não unilaterais. É preciso acabar com o poder dos Estados Unidos de não respeitar nenhuma decisão. A mesma ONU que construiu o Estado de Israel não tem coragem de construir o Estado Palestino.”
Forças armadas
“Não vejo problema nas Forças Armadas. O que vejo é falta de orientação […] Não podemos julgar as forças armadas pelas pessoas que estão no governo. Tenho a certeza que dentro das Forças Armadas tem gente preocupada com o Brasil, com a nossa soberania, independência e com o nosso desenvolvimento.”