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Carnaval só para os ricos?

Em defesa do Carnaval livre e popular

Em 2022, direita quer garantir que no carnaval apenas a burguesia participe e ganhe dinheiro acabando com o carnaval de rua

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A direita está se aproveitando da pandemia para realizar um desejo antigo: acabar com o carnaval do povo, nas ruas! E nesse sentido conta com o apoio da esquerda pequeno-burguesa para cancelar o carnaval de rua e os incentivos do carnaval popular.

Com a desculpa da pandemia, o carnaval está sendo cancelado em diversas cidades, em particular nas capitais e locais mais importantes. Em pelo menos treze capitais foram cancelados. São Paulo (SP), Recife (PE), Maceió (AL), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Teresina (PI), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC).

Outra cidade que possui um dos carnavais mais conhecidos e tradicionais do país, Olinda (PE) também cancelou as festividades. E o cancelamento dos carnavais de rua deve atingir ainda mais cidades.

Em São Paulo, um dos maiores carnavais de rua, que possui 696 blocos, está totalmente proibido. O prefeito do MDB, Ricardo Nunes, um capacho do tucano João Doria, decidiu proibir e até mesmo a possibilidade de realizar o carnaval controlado no Autódromo de Interlagos foi descartada. No entanto, o prefeito decidiu permitir o carnaval do Sambódromo.

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No estado de Pernambuco, a direita foi responsável por cancelar o carnaval de rua em mais de 70 municípios e em São Paulo também 70 cidades já anunciaram o cancelamento.

O que foi cancelado foi o carnaval de rua e popular

Apesar da justificativa da pandemia dada pelos prefeitos e governadores para o cancelamento do carnaval, o que foi cancelado foi apenas o carnaval público e de rua, ou seja, o carnaval onde a população pobre e trabalhadora participa como folião ou aproveitando o momento para trabalhar como trabalhador informal através de venda de bebidas, refeições e outras coisas de carnaval.

Em nenhuma dessas cidades o carnaval realizado em ambientes fechados e clubes foi cancelados ou proibido. Em todos os locais citados foi permitido à burguesia realizar seu carnaval em clubes, com shows de cantores famosos e com ingressos caros que pudessem realizar suas festas seguindo as famosas “regras” sanitárias. Ou seja, as festas da burguesia e os grandes empresários que lucram com o carnaval estão garantidas, já o pobre e trabalhador vai ter que amargar de ficar em casa.

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Um dos locais que mais chama a atenção é um exemplo desta afirmação, é Salvador, capital baiana. O prefeito Bruno Reis (União Brasil), ligado ao direitista ACM Neto, proibiu o carnaval de rua e o apoio da prefeitura para realização com recursos, mas liberou o carnaval privado. A medida é tão grotesca que o governo do estado, sob a liderança do petista Rui Costa, através de um decreto, está liberando o carnaval privado em ambientes fechados com a presença de até 5 mil pessoas, garantindo o lucro dos grandes empresários e a festa da burguesia sem a participação popular.

Em Salvador está sendo organizado pela burguesia um megaevento de carnaval chamado “CarnaSal”, realizado no parque de diversões Wet’n Wild Salvador, com a participação dos famosos Wesley Safadão, Alok, Léo Santana, Zé Neto & Cristiano, Parangolé e Timbalada, para um público seleto e endinheirado.

Por pressão da burguesia, seus governos capachos estão apenas proibindo o carnaval onde participa o povo pobre e trabalhador. No entanto a burguesia está liberada para pular seu carnaval em segurança e sem o “incômodo” do povo pobre.

Fica evidente que o cancelamento dos carnavais oficiais, públicos e de rua não vai impedir uma parcela da população de se aglomerar. Com a autorização dos carnavais privados pelos governos, a burguesia e a classe média vão atrás do carnaval e as festas privadas já estão se multiplicando, e a burguesia vai ganhar ainda mais dinheiro.

Uma reivindicação antiga

O cancelamento do carnaval público e a tentativa de retirar a população pobre e trabalhadora do carnaval são objetivos antigos da burguesia. O tucano João Doria, quando eleito prefeito de São Paulo em 2017, tentou proibir o carnaval de rua com uma série de medidas que inviabilizavam na prática a participação dos blocos de rua no carnaval paulista. Doria decidiu retirar os blocos de regiões onde vivem a burguesia e a classe média alta que estava incomodada com o carnaval, como a Vila Madalena e a Praça Roosevelt, e colocou horários para começar e terminar, taxou blocos e outras reivindicações para começar a acabar com o carnaval popular e empurrar uma parte dos foliões para participar dos carnavais privados.

Após medida para garantir a “ordem” e a “não perturbação”, João Doria com apoio da burguesia aos poucos foi eliminando o carnaval de rua, retirando a população pobre da festa e garantindo o lucro da burguesia com as festas privadas.

O Carnaval é do povo e não pode ser cancelado

O carnaval no Brasil é uma festa popular com grande participação da população pobre e trabalhadora. É uma festa onde o povo sai na rua e o Estado não tem o direito de proibir e cancelar o carnaval de rua.

Nem mesmo a ditadura militar conseguiu acabar com o carnaval de rua e popular. Mas numa nova ofensiva sob a farsa da justificativa da pandemia, a direita quer acabar com o carnaval, e pior, com o apoio da esquerda pequeno-burguesa que cai em qualquer história fajuta contada pela burguesia.

O povo não pode aceitar essas medidas e deve denunciar amplamente essa política de acabar com uma festa da população pobre e trabalhadora, e ainda a renda de milhões de pessoas que trabalham e dependem dessa festa para sobreviver.

Essa política fica ainda mais descarada quando observamos que esses governos não fizeram nada para impedir a disseminação do coronavírus e para dar suporte à população. Governos que deixaram milhões de trabalhadores pegarem transporte público lotado, sem atendimento médico, e agora querem fazer demagogia com a proibição do carnaval.

Querem apenas economizar dinheiro para dar para os especuladores financeiros e empurrar uma parte dos foliões para participar das seletas e caras festas privadas. É uma tentativa de acabar com a diversão do povo, de impedir que o povo expresse seu repúdio à direita golpista e Bolsonaro, e demonstre sua defesa da candidatura de Lula.

É preciso organizar as pessoas, blocos, escolas de samba, artistas, trabalhadores, todos que veem que o cancelamento do carnaval é uma política criminosa para garantir que o carnaval popular e nas ruas ocorra e com suporte e dinheiro dos órgãos públicos.

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