No início de novembro, o Diário Causa Operária revelou, por meio de uma série de matérias investigativas exclusivas, que Guilherme Boulos ─ o queridinho da esquerda pequeno-burguesa e da imprensa golpista ─ é, na verdade, uma figura ligada ao imperialismo norte-americano através do IREE, um instituto golpista que está nas mãos do imperialismo norte-americano.
Junto a estas revelações, ficou evidente a cooperação, direta ou indireta, de Boulos com outros importantes nomes do regime golpista brasileiro, como o ex-ministro da defesa Raul Jungmann, como também do general do exército brasileiro, Sérgio Etchegoyen.
Etchegoyen não é uma figura qualquer. Ele foi chefe do Estado Maior do Exército, o segundo principal cargo da corporação, durante toda a operação do golpe de estado em 2016. Como não bastasse, sua família tem um grande histórico de golpistas e torturadores, tendo membros ativos tanto do regime fascista do Estado Novo, como também do golpe militar de 64.
No IREE, o general ocupa o posto de Presidente do Conselho de Administração do chamado “IREE Defesa & Segurança”, sendo frequente sua participação em debates promovidos pelo instituto, no qual cooperou, em mais de uma oportunidade, com Jungmann e sobretudo, com Walfrido Warde, o empresário que comanda o IREE e que Guilherme Boulos o destaca como um amigo pessoal.
Além disso, em artigos publicados no site do IREE Etchegoyen se destacou em diversas situações como um forte defensor do regime golpista, da perseguição política, pelo fim do foro privilegiado, e inclusive do próprio governo Bolsonaro, o qual classificou como um “verdadeiro governo “antissistêmico”.
O general também foi colocado em destaque pelo instituto quando fez por encomenda um texto intitulado “Quanto custa a derrota”. Em seu artigo, classificado como uma “análise” para o instituto, Etchegoyen destaca a necessidade de um controle cada vez maior dos aparatos de repressão no estado, como também coloca a posição de um importante setor do regime golpista sobre a luta política brasileira.
No instituto, Etchegoyen é o principal nome da área de “defesa” e representante do exército. Sua participação se resume principalmente a debates organizados pelo instituto, com podcasts, entrevistas exclusivas e análises de tipo político para a instituição, ditando as linhas gerais do IREE. Além disso, ele é colocado como “especialista” do instituto na área de segurança pública, levando a campanha da extrema-direita como carro-chefe, ao mesmo tempo em que o IREE faz demagogia na defesa do que chama de uma polícia “democrática” e “antirracista”.
Sobre esta parceria com o general fascista e outros integrantes da extrema-direita brasileira, Guilherme Boulos afirmou que o IREE não passa de um “instituto plural”, o que justificaria a presença de figuras fascistas em seu interior, misturadas com esquerdistas, sem nenhum problema. No entanto, o que não explica é a profunda relação entre seu empresário, Warde, com estas figuras que ocupam cargos de destaque na instituição.
É importante frisar, que os setores que mais possuem políticos e importantes nomes da extrema-direita brasileira são justamente os pontos chave da política do IREE. Isso pode ser visto por exemplo, na direção do IREE Economia, como também no IREE Defesa, organizados por importantes nomes do regime golpista, conhecidos defensores do neoliberalismo e do imperialismo no país.
Etchegoyen é uma ponte do IREE-Warde-Boulos com os militares. Com o setor mais sinistro e pró-imperialista das Forças Armadas. Em maio, o IREE realizou um evento que contou com a participação de Etchegoyen e também de ninguém mais ninguém menos do que o vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão ─ cujas posições tiveram ampla repercussão por parte do IREE.
Etchegoyen nada mais é que uma das principais representações desta situação, um fascista que está na direção de um instituto dito como “defensor da democracia” e que impulsiona o golpe de estado no país, atrelado a ele está Warde e seu “amigo”, Guilherme Boulos, hoje pré-candidato ao governo de São Paulo e que cumpre papel importante nas sabotagens ao PT, principalmente à sua ala lulista, bem como às organizações mais combativas da esquerda nacional.
Se Etchegoyen, assim como sua família, entrou para a história como um importante nome do golpismo no país, Guilherme Boulos, como revelado por este Diário, acompanhou a política do imperialismo contra o povo brasileiro desde seu surgimento. Com a política do “Não vai ter Copa”, com o boicote à campanha em defesa de Lula e às manifestações, com a política de roubar votos do PT e defender o golpe de estado, Boulos surgiu como uma liderança artificial, apoiada pela Folha de S.Paulo e por empresários ligados ao imperialismo, como no caso de Warde.