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O pior negócio possível

Direita do PT faz malabarismos para defender submissão a Alckmin

Dirigentes mais ligados ao regime tentam, em vão, passar uma borracha no histórico fascista do ex-PSDB

alckmin

O golpista Geraldo Alckmin (ex-PSDB), que sempre passou o Natal sozinho, pois nem a família o aguenta, agora enfim conseguiu, já em idade de se aposentar, companhia para as últimas refeições do ano. Depois de ter participado do jantar-emboscada organizado para que o tucano encontrasse o ex-presidente Lula, Alckmin teria passado a tarde do último domingo (26) na presença do vereador Eduardo Suplicy (PT-SP).

O objetivo do encontro é óbvio: trata-se de uma tentativa de pressionar ainda mais o setor dirigente do PT para que acolha Alckmin na candidatura de Lula. Basta dizer que o evento, segundo informa O Estado de S. Paulo, foi promovido por Fernando Guimarães, coordenador da organização Direitos Já! Fórum pela Democracia, uma espécie de articulação política cuja principal finalidade é a de infiltrar a direita nas fileiras da esquerda. Principalmente no período mais agudo da pandemia, quando o conjunto da esquerda nacional tomou a decisão criminosa de ficar em casa, organizações como essas entraram em campo impondo “manifestos” e “lives” supostamente para a “unidade nacional”. O ex-presidente Lula não participou de qualquer um desses eventos, mas algumas poucas figuras da ala direita do PT e os principais dirigentes do PSOL entraram de cabeça nessa empreitada.

A razão de ser desses “manifestos” e dessas “lives” foi desmascarada justamente quando a esquerda retomou as ruas. Enquanto não havia movimento de massas e toda a mobilização contra a direita estava represada, o tal “Direitos Já” se sentia à vontade para propor a “união”, pois o terreno era muito favorável para a direita e uma aliança da esquerda institucional, sem povo na rua, com a direita tenderia a fortalecer setores da direita, como João Doria (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Luiz Henrique Mandetta (DEM). Com o povo na rua, no entanto, a oposição real ao governo Bolsonaro se deslocou da famigerada CPI da Covid para as manifestações, polarizando a situação política entre um programa concreto de luta contra o golpe, incluindo a derrubada do governo Bolsonaro, eleições gerais, auxílio emergencial com um valor digno, vacina para todos etc., contra a defesa do moribundo regime político, representado pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro (PL), mas também pelos patrões de Fernando Guimarães, como a Rede Globo, o PSDB, a Folha de S.Paulo e o DEM.

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Neste momento, em que a burguesia conseguiu, por meio dos quinta-coluna que cooptou do movimento Fora Bolsonaro, dispersar as manifestações de rua, auxiliada pela dispersão natural do recesso de fim de ano, a direita se sente novamente à vontade para investir agressivamente nessas patacoadas. Como não há um grande movimento de massas onde Alckmin ou seus apoiadores infiltrados na esquerda sejam vaiados, a propaganda pela “frente ampla” tende a crescer e precisa ser combatida.

Em entrevista a O Estado de S. Paulo, Suplicy ecoou a campanha da imprensa golpista e se disse defensor de uma suposta aliança entre Lula e Alckmin:

Eu vejo com bons olhos que ele possa sim ser o candidato a vice-presidente do presidente Lula. Acho que ele, de alguma forma, pode ampliar o quadro de apoio ao presidente Lula.

Como todo mundo que se aventura a defender esse crime que seria a participação de Alckmin na candidatura de Lula, Suplicy não tem argumento algum. Como não é de seu feitio partir para ataques raivosos, chamando de “sectário”, “verme” ou “idiota” aquele que não quer a aliança com o tucano, Suplicy entra na categoria dos que se dedicam aos elogios mais genéricos possíveis:

Ele é uma pessoa de bom senso (sic). Cometeu erros, também.

Nem mesmo dizer que Alckmin é uma “boa pessoa”, Suplicy é capaz (ao contrário do menos envergonhado PSOL, cujo fundador alegou que poria “a mão no fogo” pelo tucano. Para o vereador do PT, o seu partido deveria mudar a política que vinha seguindo nos últimos quatro anos simplesmente porque, supostamente, o tucano teria “bom senso”. Quantos milhões de pessoas não teriam “bom senso”? E mais, o que seria um “bom senso”?! Seria a civilidade de não fazer uma piada durante um velório?

Os políticos que representam de maneira mais bem acabada a ala direita da esquerda nacional, que sempre vinham defendendo a submissão da esquerda à direita golpista e estão dispostos até mesmo a rifar a candidatura de Lula se preciso for, demonstram uma verdadeira empolgação com Geraldo Alckmin.

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O governador Flávio Dino (ex-PCdoB e hoje PSB) disse que seu partido estava de portas abertas para Alckmin e fez votos para que se concretizasse a aliança com Lula. Tarso Genro (PT-RS) foi mais além: disse que Alckmin estaria se deslocando para o campo progressista na luta contra o fascismo e ainda mentiu descaradamente, dizendo que o tucano foi contra o golpe de 2016.

Tenta-se transformar um homem que governou São Paulo como um tirano genocida, assassino de velhinhas, de crianças, de jovens, de negros, repressor de greves e protestos, entreguista, privatizador, ladrão de merenda e golpista, em um defensor dos oprimidos! Esse setor do PT quer se antecipar ao PIG e apagar toda a história direitista de Alckmin, reescrevendo-a como um conto de fadas. Quer convencer os eleitores do PT, que tanto sofreram nas mãos de Alckmin e do PSDB, que não engolem o Picolé de Chuchu de maneira nenhuma, de que não é um chuchu, mas sim um limão cremoso!

Seja por meio de elogios genéricos, de mentiras ou de chamegos, ninguém que defenda Alckmin na esquerda consegue responder uma questão muito simples: como um tucano super direitista e truculento vai ajudar Lula a vencer as eleições? Como esse tucano direitista e truculento vai ajudar Lula a derrotar o bolsonarismo?

Para que Alckmin “ajudasse” Lula nas eleições, o setor que Alckmin representa — a burguesia pró-imperialista — teria que estar disposta a apoiar Lula, coisa que não está no radar neste momento. Alckmin é um funcionário de carreira do setor que está promovendo golpes em absolutamente todos os países da América Latina, e ele em si, como um político falido, não tem poder algum para arrastar esse setor consigo. Se eventualmente o imperialismo estivesse disposto a apoiar Lula, também seria um desastre, pois isso só aconteceria se a direita se sentisse incapaz de fraudar as eleições e decidisse destruir a luta contra o golpe por dentro da candidatura de Lula.

É por essa razão que Alckmin não acrescenta, nem mesmo do ponto de vista individual, com seu próprio voto, à candidatura de Lula na luta contra o bolsonarismo. Pelo contrário: o papel de um político burguês em uma candidatura apoiada no movimento popular é sempre o de chantagear e extorquir o movimento, estrangulando-o em nome da tal “frente ampla”. Para que tenha um direitista na chapa, Lula terá de assumir uma série de compromissos que só o desgastarão com a sua base, que quer lutar contra a direita, mas assistirá a sua liderança subir no palanque de seus inimigos para abraçá-los e anunciar a impunidade por seus crimes contra o povo.

A direita do PT, que está fazendo um esforço para apoiar um candidato que nada acrescenta à candidatura de Lula, está, em vão, sem ganhar nada em troco, tentando impor às bases uma figura que todos sabem quem é. Em troca de tão somente sabotar a candidatura de Lula, estão chamando os trabalhadores a apoiar um vigarista que reprimiu as manifestações de 2013, reprimiu as ocupações nas escolas em 2015, foi denunciado até por roubar a merenda das crianças, não deu nenhum aumento que preste para os funcionários públicos, apoiou o golpe de 2016, atacou Lula enquanto era alvejado com balas no Rio Grande do Sul etc. Ou seja, um fascista, que já trabalhou muito mais contra o País do que o próprio Bolsonaro e que sequer demonstra qualquer intenção de mudar sua política.

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