Enquanto parte da esquerda comemora antecipadamente a vitória eleitoral de Lula em 2022, a burguesia segue arquitetando sua estratégia para o pleito. No meio do caminho, setores antipetistas da esquerda pequeno-burguesa estão empenhados em obstaculizar o desenvolvimento de uma ampla campanha de base pela candidatura Lula Presidente.
Na atual etapa do golpe, a candidatura Lula não se trata de uma candidatura meramente formal, é um instrumento para combater o golpe em si mesmo. Por isso a ideia que a vitória já está garantida, o que aponta para uma completa falta de ação, contrasta com a tarefa do momento que é colocar o povo em movimento para impor uma derrota eleitoral à burguesia.
Enquanto a burguesia procura puxar Lula para a direita, até para desmoralizar sua candidatura, as massas populares devem puxar Lula para a esquerda, em defesa dos seus interesses. É preciso intervir na luta política e não apenas assistir de longe e desmobilizar como faz a esquerda “bem pensante”. A proposta de Alckmin como vice, por exemplo, gerou reação da militância que apoia a candidatura Lula, que ao invés de abandonar a campanha levantou a palavra de ordem “Lula sim, Alckmin não”.
Do alto de suas “torres de marfim”, a esquerda antipetista aproveitou o caso para tentar afastar todos os setores que puder da militância de esquerda da campanha por Lula Presidente. O pior de tudo é que isso parte dos piores craqueiros eleitorais da esquerda, o PSOL e seus satélites como o PCB, a UP e setores do PCdoB.
Tratam as eleições de 2022 como uma eleição de diretório acadêmico qualquer, onde o que importa é conquistar um cargo, um posto, uma sala. Para o povo, se trata de algo vital: interromper o golpe de Estado.
Bem longe da esquerda estática, movimentos populares já se articulam para impulsionar a candidatura Lula a partir das bases. A candidatura Lula nesse momento é também um movimento social e depende da organização popular para passar por cima das barreiras que a burguesia ainda vai colocar no caminho até as eleições.
O dirigente do MST Alexandre Conceição já deu a letra em entrevista recente, onde defendeu a criação de comitês populares para impulsionar a campanha em torno do ex-presidente Lula. Esse é o caminho mais sólido para eleger Lula e mais, mobilizar o povo, o único que vale a pena investir energia. Lula é um problema para a burguesia justamente por conta da sua enorme capacidade para colocar o povo em movimento, o que lhe confere certa independência política.
Lula Presidente é nas ruas, com muita luta. Contra o golpe, por um governo dos trabalhadores!