A discussões sobre uma possível chapa presidencial com Lula e Alckmin retomam um debate importante e de experiências já colocadas em prática e tiveram um resultado desastroso. Isso porque diversos dirigentes e “intelectuais” petistas estão defendendo com afinco que o vice de Lula seja o “ex” tucano Geraldo Alckmin.
Muitos utilizam o argumento que o PT somente chegou ao poder com um vice da direita e outros dizem que tanto faz por não haver interferência num possível governo petista, mas a verdade é que essa esquerda ou esqueceu o passado ou procura evitar para esconder uma posição oportunista.
A escolha de um vice da direita golpista é um enorme golpe contra o movimento de luta contra a direita e para um possível governo Lula. Isso porque está colocando dentro do governo um elemento golpista e que irá facilitar possíveis golpes que a burguesia venha a executar. Assim como houve em 2016 com o vice-presidente Michel Temer do MDB. Geraldo Alckmin é a mesma situação do “apoio” dado por Michel Temer para Dilma Rousseff.
Temer não somente se beneficiou do golpe de Estado em 2016, mas foi um dos principais articuladores, sabotando diariamente o governo Dilma e ficando como um elemento reserva de confiança da burguesia para o golpe. Geraldo Alckmin nesse sentido é um elemento golpista até mais avançado, pois ele e seu partido, o PSDB participaram do golpe e desde então, partiram para uma ofensiva para desmoralizar ainda mais Lula e o PT.
Durante as eleições de 2018, Geraldo Alckmin soltou o verbo contra Lula e, após Lula ser impedido de sair candidato, contra Fernando Haddad. São inúmeros discursos desde dizendo que Haddad era um poste de Lula e que sua candidatura tinha sido planejada dentro de uma penitenciária, até dizendo que Lula deveria continuar na cadeia, entre muitas outras coisas.
Parceria contra o golpe estilo Ciro Gomes https://t.co/yq1kbqEw5A
— Renato Farac Galata (@rfgalata) December 20, 2021
A esquerda não deve aceitar uma imposição da burguesia, como colocar Alckmin como vice, e deve trabalhar com uma política independente e com um programa que defenda o trabalhador contra a direita e não se curvar a ela.
Não se pode esquecer os erros do passado e ainda pior, diante de uma enorme crise política e econômica com possibilidade de eleger Lula novamente, a esquerda está novamente caindo nos mesmos erros do passado que originaram o golpe e que o cenário político é ainda pior com uma enorme tendência a novos golpes de Estado.
Caso Lula seja eleito com a vice presidência preenchida por Geraldo Alckmin, o tucano vai sabotar Lula diariamente, como Michel Temer fez contra Dilma Roussef, até o momento em que a burguesia decida dar um novo golpe de Estado.