Dezembro começou com mais de 100 pessoas dispensadas nas unidades de Volta Redonda, de Porto Real (Galvasud) e de Arcos (MG) da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Isso ocorreu após a morte do operário João Vitor Cancio, de 23 anos, atingido durante o içamento para a substituição de uma Ponte.
Os cortes atingiram profissionais com décadas de dedicação à empresa, muitos trabalhadores em uma época de crise e demissões. O clima é de total incerteza, um grande receio de que novas demissões ocorram antes do final do ano e no começo de janeiro de 2022.
Para Silvio Campos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, as demissões não representam a realidade da empresa, pois a CSN está anunciando investimentos. No último dia 9 de dezembro, a imprensa divulgou que a empresa avalia investir 3 bilhões de dólares no exterior.
Vale lembrar que foi uma das principais empresas nacionais privatizadas no governo Itamar Fraco, em 1993. Desde então a CSN vem sendo destruída e esse é o motivo dos acidentes de trabalho e demissões em massa.
Com a Reforma Trabalhista, a empresa não precisa mais ser informada do número de demissões, com isso o sindicato o não fica sabendo o número exato de demissões feitas pela companhia.
Apesar de a empresa estar em plena expansão, o dono sinaliza: a CSN “terá agressividade ímpar” para ganhar mercado interno em 2022. Ainda verbaliza em sua fala, relatada pela imprensa, que “a empresa está buscando mais eficiência com menos pessoas”.
Essa é a lógica do capitalismo. Com a crise e a facilidade da flexibilidade das leis que o golpe de 2016 trouxe, e que se aprofundaram com a pandemia, geram-se essas demissões em massa em plena ascensão da empresa. Além da morte de um funcionário, outros dois ficaram feridos.
É preciso realizar um amplo movimento contra essas demissões, se preciso ocupar as instalações da empresa, realizar uma greve e exigir a reestatização da empresa sob o controle dos trabalhadores.
Somente a mobilização dos trabalhadores vai colocar em xeque essa política nefasta do golpe e da privatização, é preciso sair às ruas para pedir o fim desse governo fraudulento e garantir a candidatura de Lula por um governo dos trabalhadores.