Nesta semana, o Movimento Brasil Livre (MBL), um dos principais apoiadores da terceira-via no Brasil, lançou um movimento em defesa do voto nulo no segundo turno caso a disputa fique entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).
“O principal recado de ter a maioria de votos nulos e brancos ou abstenção é mostrar que a maior parte da população rejeita os candidatos, e o eleito necessariamente começaria o mandato enfraquecido”, defendeu Kim Kataguiri (DEM-SP) em declaração.
Entretanto, outros setores da chamada terceira-via se colocaram absolutamente contrários à ideia. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirma que votar nula é uma “covardia”.
“Os dois turnos existem para isso. Entre dois nomes, você escolhe aquele que é mais próximo do que você pensa, ainda que haja divergências”, afirmou o pedetista.
O tucano Arthur Virgílio (PSDB-AM), cabo eleitoral de João Dória, também rejeitou o voto nulo. Ademais, Alessandro Vieira (Cidadania-AL), possível presidenciável da sigla, fez uma declaração contrária ao movimento:
“Quem anular vai ter que suportar quatro anos de um governo e não terá legitimidade nem sequer para cobrar o cumprimento de compromissos. Tenho grandes amigos que anularam na eleição passada, mas eu não sigo essa linha”.
Ou seja, os principais setores da terceira-via, encabeçada por partidos como o PSDB, MDB e DEM, declararam que, caso o segundo turno seja entre Bolsonaro e Lula, não anularão seus votos. Decerto que não votarão em Lula, uma vez que foram as principais engrenagens do golpe de estado que prendeu o ex-presidente.
Fica claro, portanto, que a opção da burguesia na situação descrita será, sem sombra de dúvidas, Bolsonaro. Pois, até mesmo aqueles que declararam a demagogia de seus votos nulos, optarão por Bolsonaro. Afinal, foram essenciais no processo que levou à sua eleição.