Esta matéria é escrita no Dia Nacional da Consciência Negra. Ontem, dia 19 de novembro, o companheiro André Constantine foi covardemente atacado pela imprensa esquerdista defensora da frente ampla, isto é, uma das alas mais à direita dentre toda a esquerda nacional. Esse ataque veio na forma da denúncia de uma suposta ameaça de morte que o companheiro teria feito ao editor do Diário do Centro do Mundo, Kiko Nogueira, e foi repercutida em dois notórios canais da esquerda, notórios pelo direitismo de suas editorias: o próprio DCM, de Kiko Nogueira, e a Revista Fórum, de Renato Rovai, um “jornalista” mentiroso já com fama pelas diversas acusações falsas que levantou e propagou contra o PCO.
A tônica do caso é do tom de uma piada de péssimo gosto, o problema é que é de verdade. Na véspera do dia da Consciência Negra, um militante negro, o companheiro André Constantine, militante de favela do Rio de Janeiro, do movimento das favelas, figura de destaque no Partido dos Trabalhadores/RJ e no Bloco Vermelho, ala esquerda das manifestações no Brasil, foi acusado de ameaçar de morte um jornalista (por menos que se encaixe esse termo ao acusador). A acusação, na véspera do dia nacional de luta do povo negro, é de tipo criminal. Temos aqui um ataque racista e profundamente reacionário, de criminalização da militância.
Não apenas isso, o ataque parte de um indigente político que não ataca figura alguma da esquerda pequeno burguesa, os defensores da frente ampla, os mercadores do movimento, que buscam a todo tempo colocar os trabalhadores a reboque da direita, e até mesmo abertamente tentaram por diversas vezes colocar a direita à frente, na direção dos atos, na cabeça da luta da classe operária. Uma esquerda que hoje trabalha para destruir o movimento nacional pelo Fora Bolsonaro, pois viu que não conseguirá tão facilmente vender o movimento operário — ele não se tem permitido vender — e isso pelo trabalho também de militantes como o companheiro André.
O caso a que o editor do Diário do Centro do Mundo se reporta para fazer a acusação é um vídeo no canal da Causa Operária TV do programa “Tição, programa de preto”, em edição na qual foi convidado o companheiro André Constantine para participação no programa, por seu destaque na militância e na luta do povo negro. No vídeo, podemos ver o companheiro denunciando a ala mais direitista da esquerda, a esquerda pequeno burguesa, citando diversos de seus expoentes, incluído aí o próprio Kiko Nogueira, xingando-os (mandando se foder). O companheiro aponta então a farsa montada pelo DCM numa entrevista chapa branca para acobertar o funcionário do IREE Guilherme Boulos, entrevista seguida de diversos ataques e xingamentos direcionados pelo editor do veículo contra a própria audiência e contra toda a militância do Partido da Causa Operária. O IREE sendo um órgão da burguesia, financiado pelo NED, ligado à CIA. Após esse apontamento, se vê no vídeo o companheiro dizer que os frente-amplistas estão todos em evidência (“palmeados”) para a ala militante da esquerda e que, num momento de avanço da classe operária, num momento revolucionário, serão esses elementos frente-amplistas — que trabalham para vender os trabalhadores aos patrões, à burguesia, ao imperialismo — superados por meio da violência extrema, do justiçamento, ferramenta utilizada em vários momentos historicamente pelo movimento operário para lidar com traidores de toda sorte.
É do apontamento citado que Kiko Nogueira disse ter sido ameaçado de morte pelo companheiro André Constantine. Uma acusação falsa, racista e covarde. Mais que isso, mais um caso dentro da esquerda de tentativa de criminalizar a militância, no caso a militância negra e de favelas representada pelo companheiro André, e isso na véspera do dia da Consciência Negra. O editor do DCM foi acompanhado por Renato Rovai, da Revista Fórum, que modificou a acusação para dizer que Kiko Nogueira teria sido ameaçado pelo próprio PCO!
O “jornalista” do DCM, Kiko Nogueira, apoiado por seu colega de “trabalho” Renato Rovai, o mentiroso, saúda e acoberta aqueles que destroem o movimento Fora Bolsonaro, fazendo o trabalho sujo da direita, enquanto ataca uma liderança favelada com mentiras, pois acha que o companheiro não pode se defender pelo caráter popular de sua militância. Do alto de sua “autoridade política”, erigida pela burocracia, se julgam superiores à militância de base, aos negros, aos operários, àqueles que não consideram figurões. Seríamos, de fato, como seus súditos.
O que os burocratas de plantão não percebem, é que sua superação se dará não através de figurões, mas através de militantes. Não através de uma outra burocracia, mas de um movimento de base operária. Não através de recursos oriundos de ONGs e institutos suspeitos, mas da ação incansável e inabalável de militantes, que se movem como máquinas, que tem sangue grosso como o óleo e vontade firme como o ferro.
Este ataque, mais esta tentativa de criminalização já não passou sem e nem passará sem resposta. Toda a tentativa de criminalizar militantes, ativistas ou o próprio movimento operário não terá espaço algum. A imprensa do Partido da Causa Operária tem como sua função central levar adiante a política operária, combater energicamente todo ataque de tipo fascista, quer parta da direita, quer de uma esquerda direitista traidora e venal. Como disse o companheiro André Constantine, esse pessoal aí está todo palmeado e, como disse muito tempo atrás Geraldo Vandré:
“E a gente fazendo conta
Pro dia que vai chegar”