Para começarmos o assunto, vamos voltar lá do início da tecnologia celular.
Primeiramente é necessário deixar claro que a letra G significa “geração” portanto, 4G significa a quarta geração de celulares, 5G a quinta geração de celulares e assim por diante.
A primeira geração de celulares foi disponibilizada ao público em 1973, essa hoje conhecida como 1G permitia que as pessoas fizessem ligações de qualquer lugar, na rua, no carro, em movimento, etc, porém o tamanho dos aparelhos era enorme e pesado.
A segunda geração, o 2G chegou em 1991, possibilitando além das ligações o envio de mensagens de texto, o SMS, modelo pouco usado no Brasil, pois as operadoras cobravam por esse serviço, diferentemente do que aconteceu nos países imperialistas, tanto que hoje em dia o Brasil é o maior usuário do WhatsApp no mundo, por culpa da pouca utilização das mensagens de texto.
No início do século XXI foi criada a tecnologia de internet móvel e a partir deste momento os celulares passaram por uma revolução tecnológica.
Em 2001 a terceira geração, o 3G, chega e com ele a possibilidade de ter um computador móvel nas mãos e onde você estivesse, agora era possivel utilizar o aparelho como câmera de foto e vídeo, mp3 player, etc.
No final de 2009 a quarta geração, 4G é lançada, e com ela a popularização dos “smartphones”, com ela chegou junto a onda de aplicativos, é nesse momento que acontece uma revolução na tecnologia, a partir daí fazer uma ligação a partir do celular se tornou o menos importante.
Já em 2010 a quinta geração, 5G, aparece, prometendo todas as facilidades do 4G, porém com uma velocidade 10x mais rápida.

Foi realizado no ínicio do mês de novembro o leilão do 5G no Brasil, na realidade o que foi “leiloado” foram as faixas de transmissão de dados, “estradas por onde as informações trafegam” as faixas leiloadas foram de 700MHz até 26Ghz.
No entanto a faixa de “ouro” do leilão ia de 2,3GHz a 3,5GHz, essas são as faixas utilizadas no mundo para o uso da tecnologia 5G, o valor de mercado dessa faixa gira em torno de R$ 100 Bi, mas foram dadas praticamente de graça para as operadoras, o monopólio de sempre, Vivo, Claro e Tim, a “doação” do patrimônio nacional foi de apenas R$ 46 Bi, menos de 50% do valor real.
A venda aconteceu com a promessa de melhoria das redes de internet móvel e fixa por parte das operadoras, essa melhoria tem um prazo de 20 anos para serem feitas, fica claro que nos rincões do país continuaremos sem conexão de qualidade, para os capitalistas não é interessante investir nos interiores do país, o custo é alto e o retorno é baixo.
Por isso é muito importante que essa tecnologia esteja nas mãos do estado, nas mãos dos trabalhadores para assim conseguirmos levar a evolução tecnológica para todo o país, durante a pandemia ficou claro a defasagem de sinal, a qualidade de conexão no país afora, quantos estudantes deixaram de ter acesso às aulas remotas por conta de conexões péssimas, com um valor muito alto ou até mesmo por não haver nenhum tipo de conexão via internet.
A diferença do 4G para o 5G
A transmissão de dados do 4G ocorre em uma faixa de frequência mais baixa, portanto limitando a velocidade de troca de informação, já o 5G por estar em uma frequência mais alta a velocidade é até 10x mais rápida.
Porém temos um problema nessa troca de tecnologia, por conta da frequência mais alta a distância percorrida pelo sinal é menor, assim necessitando de um número maior de antenas para que o sinal se propague por grande distâncias, aí mais uma vez ficamos nas mãos das mesmas empresas, mais uma vez dependemos da vontade de investimento das três operadoras que estão no Brasil.

Como mostra a imagem, onde o 5G chega a conexão é muito mais confiável, já o 4G por ir mais longe, mas ele deixa lacunas, as sombras, locais onde a conexão falha.
Tudo parece lindo e maravilhoso na teoria, mas um detalhe, de suma importância, que não foi dito, é que 90% dos celulares brasileiros não estão preparados para a nova tecnologia, por exemplo a Vivo prometeu migrar todos os usuários para a nova tecnologia, o que quer dizer que ela irá trocar os chips de todos que possuam chips Vivo, porém e o aparelho ela irá trocar também? É claro que não, com certeza surgirá uma campanha de vendas de novos equipamentos e mais uma vez o trabalhador irá arcar com as custas de um novo equipamento e também com uma nova tarifa de celulares.
E não é certo que todos os brasileiros terão acesso a essa nova tecnologia, as operadoras já falam em adaptação das antenas existentes, aí já fica claro que eles não irão investir em nova tecnologia e continuaremos a ter uma internet de baixa qualidade com um valor exorbitante.





