No dia 15 de setembro, no Maracanã, a primeira partida de futebol com presença de torcidas, após o início da pandemia, trouxe quase um mês depois – 3 de novembro – a descoberta para o torcedor rubo-negro, de que irá precisar tomar um calmante ou fazer um curso de o que falar, para se comportar diante de situação de grande emoção, durante o jogo do seu time do coração. O Flamengo foi denunciado por supostas “manifestações de homofobia” de sua torcida.
Veja que o identitarismo, politica imperialista contra os povos oprimidos, continua sua “caça as bruxas”. Não se pode falar mais nada, tudo é machismo, racismo, homofobia e por aí vai. A esquerda pequeno burguesa, consciente ou não, acende a fogueira para a burguesia queimar a população. Mas e a liberdade de expressão, garantida pela constituição? Não se preocupe. Esse mesmo setor da esquerda, a reboque da direita, tem trabalhado intensamente para que o “maravilhoso” judiciário brasileiro decida quem ou o quê pode ser dito, ou não pelo povo.
Não é de hoje que o imperialismo persegue o futebol brasileiro, e porque não usar a inquisição identitária para ampliar essa perseguição? Nessa segunda-feira (8) em julgamento pela Primeira Comissão Disciplinar do STJD, o Flamengo foi punido com multa de R$ 50 mil por um canto caracterizado como homofóbico da torcida na partida contra o Grêmio, no Maracanã, pelas quartas de final da Copa do Brasil. A denuncia foi feita pelo Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ, e o clube foi enquadrado no parágrafo 2º do artigo 243-G.
§ 2º A pena de multa prevista neste artigo poderá ser aplicada à entidade de prática desportiva cuja torcida praticar os atos discriminatórios nele tipificados, e os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de setecentos e vinte dias.
Além do Flamengo, o árbitro Rodolpho Toski, os assistentes Bruno Boschilia e Victor Hugo Imazu dos Santos, o quarto árbitro Lucas Paulo Torezin, o inspetor da CBF, Almir Alves de Mello, e o delegado da partida, Marcelo Viana, também foram denunciados no STJD por não terem relatado o fato. Ao final do julgamento, os seis foram inocentados. Seria cômico, se não fosse trágico.
Perceba que tentar controlar a população trabalhadora – que são a maioria dos torcedores – de xingar, de se emocionar, de se expressar durante uma partida de futebol, nada mais é que um absurdo, ridículo inclusive. Como se vai proibir milhares de torcedores em uma arquibancada de falar palavrão? É simplesmente impossível. Certamente o objetivo a qual se presta esses coletivos “independentes”, geralmente ligados à ONGs internacionais de maneira intrínseca, é de tentar acabar com as torcidas organizadas e privar o população explorada de sua maior paixão que é o futebol.
O alvo é a cultura popular, onde o futebol é um dos principais expoentes. Multas e punições para aqueles que em momento de muita emoção fala palavrões, xingam o jogador adversário, vai tirar os pobres dos estádios e perseguir os times. Por fim, os capitalistas querem controlar totalmente o futebol, os atletas e os clubes, tirá-los do controle popular e para isso é preciso afastar o torcedor. Futebol sem torcida não é futebol, mas gera muita renda e amplia os negócios para alguns.
Colocar o futebol brasileiro nas mãos de grandes capitalistas facilita o aumento dos lucros da burguesia. A principio o aumento dos ingressos, privatização de estádios, a PL do clube empresa, são todas medidas que arrancam a população dos estádios e os colocam a mercê dos conglomerados de transmissão dos jogos, os “pay-per-view” da vida nas tvs por assinatura, “streaming” etc. Através da internet e da TV as empresas vão se esbanjar com a venda de pacotes de transmissão e com propagandas e anúncios sem fim. E assim ainda evita que os ricos sejam importunados com a presença de populares durante as partidas.
A politica identitária levada adiante pela direita e pela esquerda pequeno burguesa, tem feito um bom trabalho em termos de ataque a cultura nacional e o patrimônio histórico nos países atrasados. É preciso denunciar mais essa invasão estrangeira que atinge diretamente as camadas mais esmagadas da população de forma geral. O torcedor, o povo, e seus representantes não devem permitir medidas arbitrárias que transforma tudo em crime e tenta sequestrar o que temos de melhor no país que é a “pelada” o “rachão” e o nosso futebol amador e profissional. Espero que este Diário não seja processado por machismo, por conta da palavra pelada.