A maior arte do político burguês é enganar o povo enquanto faz as maiores atrocidades contra ele. Nesse sentido, o político picareta tem a capacidade de fazer todo o mal possível durante quatro anos de mandato contra seus eleitores e mesmo assim ser votado novamente por eles.
Cada um se vira como pode nessa arte. Há aqueles mais tradicionais que fazem demagogia, que compram votos que vão nos bairros fingir que são do povo. São farsantes que não têm nenhuma relação com o povo que eles fingem representar.
Há um tipo bastante peculiar de político picareta: aquele que quer passar de esquerdista mesmo sendo de direita. Com a polarização política no País, esse tipo tem aparecido com certa frequência. Ser de esquerda é muito popular, enquanto que a direita – principalmente a direita tradicional – é cada vez mais impopular. Então, nada melhor do que aparecer junto com algum esquerdista, defender algumas ideias confusas que parecem de esquerda e fazer discurso radical para tentar enganar alguns incautos e conseguir o seu lugar ao sol.
O caso mais exemplar de impostor político é Ciro Gomes. Nem deveria ser preciso repetir pela enésima vez que Ciro, hoje no PDT, começou sua carreira no partido oriundo da ditadura, o PDS. Logo no início dos anos 90, foi governador do Ceará pelo PSDB – sim, o PSDB! – e de lá para cá passou por diferentes siglas, algumas mais direitistas outras menos, mas todas elas burgueses.
Ciro Gomes, antes de qualquer coisa é um típico político burguês oportunista. Atrás de votos e cargos, é capaz de se adaptar a todas as situações.
De uns tempos para cá, após décadas fazendo troca-troca de partido burguês em partido burguês, Ciro Gomes começou a ser apresentado como um esquerdista. Um esquerdista nacionalista. Ninguém explica de onde viria essa mudança, nem de onde vem esse nacionalismo, o importante é parecer.
Assim como um político burguês tem que parecer defender o pobre na eleição para ganhar voto, Ciro tenta parecer de esquerda para receber apoio de esquerdistas.
Ciro Gomes é um impostor político. Nunca foi de esquerda, nunca foi nacionalista. Essa farsa é alimentada pela própria burguesia que utiliza essa confusão contra a esquerda.
Enquanto critica o PT e a esquerda e chama Lula de corrupto, faz discurso inflamado como se suas críticas fossem à esquerda. Daí que vem a lenda de que seria nacionalista. Apontando cinicamente os erros da política econômica dos governos do PT, tenta parecer um nacional-desenvolvimentista quando na realidade é um neoliberal, um defensor da privatização, um político a serviço do imperialismo, como mostra reportagem abaixo do Jornal do Brasil quando ele foi ministro da Fazenda de Itamar Franco.
Na edição dessa semana da Revista do DCO o leitor poderá relembrar alguns episódios do impostor Ciro Gomes. Boa leitura!