Preto de alma branca

Mais uma negra a serviço da casa-grande

O racismo, na verdade, é esconder esse saldão de negros que estão à serviço do golpe

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Faço minhas as palavras de Miguel Graziotin, logo no título desta coluna, para deixar claro que é o mais puro peleguismo, o da presidenta da UNE (União Nacional dos Estudantes), Bruna Brelaz, defender descaradamente, na imprensa golpista, a frente ampla.

Disse a representante protocolar da UNE à golpista Folha de S. Paulo: “para que a gente consiga a articulação desse impeachment, precisa fazer uma reunião dos mais amplos poderes. Até mesmo os setores que nós combatemos”, para explicar as recentes reuniões hediondas da presidenta da UNE com FHC e MBL.

A cidadã ainda subiu no palanque do ato do MBL, no dia 12 de setembro, e confessou que mudou a camisa que estava usando para evitar problemas. É totalmente escandalosa essa participação.

A presidenta da UNE fala em nome próprio, somente.

Não é interesse dos estudantes, que ela deveria representar, fazer qualquer coisa com gente do estirpe de Fernando Henrique Cardoso, o homem que causou mais desgraça ao país que o próprio Bolsonaro. É quem inaugurou a venda (doação) do patrimônio nacional.

Já o MBL foi alvo de tanto ódio da esquerda que os arranca-rabos com essa organização se multiplicaram no ano do golpe de Estado e nos anos seguintes. É gente da mais baixa categoria golpista e responsáveis diretos por Bolsonaro no poder. Deveriam, na verdade, pagar a fatura do que o povo está sofrendo neste momento.

E aí, para todo mundo ficar de cabelo em pé, a presidenta da UNE se reúne com FHC, MBL e defende a frente ampla com todos os golpistas em uma suposta e fantasiosa luta contra Bolsonaro. E tudo isso na imprensa golpista.

Negra a serviço da casagrande é até uma crítica elegante, elevada.

Para quem nunca leu nada é simples: o negro de alma branca, o negro da casa, o negro da casa-grande, como seja, é o pelego do movimento sindical, em comparação. Ou seja, uma pessoa que não defende quem diz defender, pelo contrário, está a serviço dos patrões, dos que mandam. Joga no outro time.

É um tipo desprezível ao longo da história da luta do povo negro. Aliás, vários levantes de escravos começaram por matar, primeiro, negros que faziam a capangagem dos senhores de escravos. Em regra, o escravo tinha até mais raiva dessa gente que do próprio senhor de escravo.

O racismo, na verdade, é esconder esse saldão de negros que estão à serviço do golpe; se esquivar da pelegagem com a “denúncia” de ataque racial, quando, de fato, a política defendida é justamente a do massacre do povo negro, pobre e trabalhador, a política do MBL, do FHC, da frente ampla.

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