Ganhador do Prêmio Nobel(2010), ex-candidato a presidente do Peru em 1990, o escritor peruano Mario Vargas Llosa, 85 anos, aparece mais uma vez em uma lista de sonegadores de impostos. Dessa vez foi na Pandora Papers como um proprietário de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal. O escritor recorreu a uma empresa offshore Melek Investing ente os anos de 2015 e 2017. Ela foi avaliada em 1,1 milhão de dólares. Os dados foram revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos(ICIJ). Llosa usou essa empresa para canalizar sua receita de direitos autorais sem pagar impostos.
A primeira vez que o nome de Llosa saiu em uma lista de sonegadores foi em 2010, na lista da Panamá Papers, em uma época em que esse tipo de investigação internacional estava iniciando.
A notícia da divulgação do nome do escritor na lista da Pandora teve um impacto especial na Espanha. No país ibérico, Llosa havia participado da convenção itinerante do conservador Partido Popular(PP), onde afirmou que “o importante não é que haja lliberdade nas eleições, mas sim votar bem”. Em alusão ao seu país, Peru, onde a esquerda, com Pedro Castillo, havia ganhado as eleições e derrotado a direitista keiko Fujimori, Vargas Llosa afirmou: “Votar bem é muito importante porque os países que votam mal, como já aconteceu com alguns países latino-americanos, pagam caro”.
Essas declarações do escritor com a chegada dessa notícia de seu nome na lista gerou muitas críticas, como essa do porta-voz do United We Can(UP), Pablo Echenique, que disse ironicamente: “É preciso votar nos fraudadores , evasores e nos que os protegem para que Vargas Llosa lhe diga que você votou bem “.
Sebasttián Piñera(presidente do Chile) e Guillermo Lasso(presidente do Equador) acompanham Llosa nesta lista, refletindo aí o nível de hipocrisia desses direitistas que vivem condenando a esquerda de corrupta, mas são eles os principais baluartes da corrupção.