Esse Diário ja assinalou por diversas vezes e em distintos momentos que as pesquisas encomendas, realizadas e divulgadas, principalmente, pelo grande capitalistas e suas organizações política e empresariais, longe de serem um estudo estatístico são um peça de publicidade, parte integrante da campanha permanente que a burguesia realiza em funções dos seus interesses.
Assim dias atrás, foram divulgadas “pesquisas” que apontavam uma suposta queda da rejeição popular às pivatizações, justamente no momento em que a burguesia se unifica para entrega tudo e quando o povo sofre na pele, cada vez mais, os resultados das privatizações como no caso da destruição dos serviços públicos de saúde ou na ameaça de apagão por conta da falta de investimento no setor energético, da parte dos tubarões que tomaram conta do setor, a partir da famigerada e privatista era FHC.
No momento em que a burguesia viu fracassar estrondosamente os atos de rua convocados pela direita (que se disfarça de “centro”) convocados para o último dia 12, alguns “analistas” se apressaram em declarar que gente na rua não era mais uma medida de apoio, mas sim as pesquisas.
E quando, neste momento, a direita quer evitar que a esquerda se mobilize nas ruas em favor do seu candidato, Luiz Inácio Lula da Silva, cresce a campanha para convencer ao próprio PT que essa mobilização não é necessária e que seria possível, segundo as “sagradas” pesquisas vencer as eleições sem mobilizar os explorados e suas organizações.
Para isso, nesse momento, os diversos institutos ligados à imprensa golpista destacam uma significativa liderança de Lula (embora seja impossível determinar se ela corresponde à revolta geral do povo contra o governo Bolsonaro e, mais ainda, contra os políticos e partidos da direita tradicional).
No último Datafolha por exemplo, no primeiro turno, no principal cenário avaliado pelo instituto do grupo Folha, Lula lidera com 44% das intenções de voto; seguido de Bolsonaro (26%); Ciro Gomes (PDT, 9%), João Doria (PSDB, 4%), Luiz Henrique Mandetta (DEM, 3%) ). Em outros institutos, como o Ipec, o candidato do PT, poderia vencer no primeiro turno, por deter um apoio maior do que a soma da intenção de votos dos demais candidatos.
Ao mesmo tempo em que, visivelmente, buscam resgatar a imagem de Bolsonaro, como na matéria de capa da Revista Veja do último fim de semana e que há uma crescente campanha em favor das articulações que levem a um possível candidato golpista da “terceira via”, emitem sinais de que a esquerda poderia ficar em casa (como ficou na maior parte da pandemia sem lutar contra a direita, por que a vitória estaria próxima.
Não faltam até prognósticos “técnicos” de que Bolsonaro estaria liquidado. Como do sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi, empresa especializada em pesquisas de opinião, Marcos Coimbra, que declarou a TV 247 que é “zero” a chance de Jair Bolsonaro vencer a eleição presidencial em 2022.
Segundo Coimbra,
Nada poderia ser mais falso e tendencioso e estar claramente à serviço de acalmar os ânimos da esquerda e das organizações dos trabalhadores e da juventude que majoritariamente apoiam a candidatura de Lula, a qual em como única arma real para derrotar a direita golpista que não quer seu retorno à presidência “nem que a vaca tussa”.
Alem disso, essa falsa expectativa procura criar a ilusão de que o País estaria a caminho de realizar eleições democráticas, em meio à vigência de um regime de exceção, estabelecido pelo golpe de Estado, no qual – como ficou provado com a condenação e prisão ilegal de Lula por 580 dias, entre outros – não estão assegurados os mais elementares democráticos de seja quem for.
Essa campanha do Bolsonaro “já perdeu” e de Lula “ja ganhou” se intensifica, justamente, às vésperas do ato de 2/10, quando a direita que busca se infiltrar nas manifestações para conter ou até mesmo impedir as manifestações – cada vez maiores – em favor da candidatura de Lula diante da crise que se agrava e engrossa o coro: “Brasil Urgente, Lula presidente!”, como parte da luta por derrubar Bolsonaro e derrotar toda a direita golpista, o que – repetimos – só será possível com uma ampla mobilização popular nas ruas, pelos meios que forem necessários.