Começou, na última segunda-feira (20), uma greve dos rodoviários na Grande Vitória, no Espírito Santo. Os trabalhadores, que operam pelo Sistema Transcol, um consórcio de transporte coletivo do referido estado, reivindicam salários e benefícios atrasados. A mobilização começou na própria segunda-feira, com frota reduzida que só começou a operar a partir das 7h.
O problema ocorre porque uma das empresas do consórcio, a Metropolitana, não paga o salário e os benefícios dos funcionários há pelo menos três meses, o que configura um tremendo absurdo a uma categoria altamente explorada por empresas que montam verdadeiros cartéis de transporte público em diversos lugares do país. Vale destacar que a categoria dos rodoviários foi uma das mais atingidas pela pandemia da COVID-19, deixando pilhas de mortos que nunca tiveram a oportunidade de fazer isolamento social.
Apesar de a denúncia referir-se a apenas uma empresa do consórcio, o sindicato decidiu que todos os trabalhadores das empresas consorciadas parariam, já que o consórcio é responsável por essa empresa, uma atitude correta do ponto de vista da luta desses trabalhadores.
O governo do estado do Espírito Santo, por meio das secretarias responsáveis pelo consórcio, emitiu uma nota protocolar afirmando que tem repassado a verba às empresas, e que o pagamento dos funcionários é de responsabilidade delas. Ainda mencionou que a Metropolitana é responsável por apenas 3% da frota. Ou seja, deslegitima a decisão do sindicato de paralisar toda a operação.
Aqui devemos destacar o caráter direitista do governo estadual, comandado pelo PSB, partido que, ultimamente, tem tentado assumir uma fachada esquerdista para enganar a população. Esse partido é dominado por oligarquias locais, tendo como maior destaque a família Campos, em Pernambuco. Recentemente, tem “contratado” alguns políticos que fizeram carreira no campo da esquerda, como Marcelo Freixo, deputado pelo Rio, e Flávio Dino, governador do Maranhão. Criou-se, então, a ilusão de que esses elementos poderiam deslocar o partido, que apoiou o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, da direita para a esquerda, quando o que temos visto é justamente o contrário. É preciso denunciar essa gente e deixar claro o papel deles: servir à burguesia, atacar o ex-presidente Lula e a esquerda de conjunto e confundir a população.