O Conselho Superior do Cinema é um órgão de reunião com a sociedade civil para guiar, à nível nacional, os critérios para o investimento e o fomento do setor cinematográfico. Essa organização, desde o começo do mandato do fascista Mário Frias, não se reuniu uma única vez sequer. O MPF, tão representante do regime político decrépito e dos inimigos do povo quanto o secretário da cultura, em uma rusga interna da burguesia, determinou que o conselho tivesse de se reunir e ter a ata da reunião tornada pública.
Essa demora gigantesca para convocar o Conselho não vem no vazio, mas vem em um contexto de variados ataques ao cinema nacional e ao conjunto da cultura. Por exemplo, como já denunciado neste Diário, o governo está tentando acabar com a meia-entrada para os estudantes além disso, ele foi alvo de críticas de cineastas e é bastante impopular no setor cultural.
Kleber Mendonça Filho, diretor do premiado Bacurau, disse:
“A Cinemateca Brasileira foi fechada de um ano para cá. [Tem] 90 mil títulos, 230 mil rolos de filmes e programas de TV. Todos os técnicos e especialistas foram demitidos . É uma demonstração de desprezo pela cultura e pelo cinema, e acho que deveria mencionar isso porque estamos em um festival, todos amamos o cinema. E [a Cinemateca] é um templo de preservação. Muitos amigos não brasileiros me perguntam o que podem fazer. Eu digo: escrevam, falem sobre isso, chamem o governo e perguntem por que estão fazendo isso” ;
O programa de Bolsonaro para a cultura é o mesmo que era com o secretário nazista Roberto Alvim; isso evidencia melhor que qualquer coisa que não basta, como quer fazer crer a imprensa burguesa, “pressionar” Bolsonaro; é preciso, ao contrário disso, mobilizar o povo para pôr abaixo não só o fascista da presidência, mas sim todo o regime político erigido pelo golpe: tal é a principal medida para salvar a cultura dos boicotes da direita e defender os interesses dos trabalhadores do ramo.