De acordo com a Campanha Despejo Zero, que foi lançada durante a pandemia para combater o despejo de famílias de trabalhadores, seja no campo ou na cidade, mais de 84 mil famílias estão ameaçadas nesse exato momento de serem despejadas de seus lares em plena crise sanitária e econômica que tem assolado o país. São mais de 400 mil pessoas que correm o risco de serem jogadas no meio da rua, aprofundando ainda mais o caos social vivenciados pelas famílias proletárias e camponesas. Desde o início da pandemia, já foram despejadas 14.301 famílias.
No dia 04 de agosto de 2021, o governo golpista e fascista, resolveu vetar por completo o PL 827/2020, que versava sobre o impedimento de despejos até o fim da pandemia de coronavírus nas áreas urbanas. A bancada ruralista já havia tratado de vetar que o impedimento se estendesse para os trabalhadores rurais, provocando um esvaziamento do texto e da efetividade da lei.
O PL agora retorna para o parlamento burguês para que o veto presidencial seja avaliado. Certamente, o parlamento, que enrolou mais de um ano e meio para tramitar o PL, vai postergar ainda mais a tramitação. Pois esse parlamento, assim como todas a instituições estatais apodrecidas, é um ferrenho defensor dos interesses dos latifundiários e dos grandes monopólios imobiliários.
Já havia sido alertado que não deveríamos esperar qualquer medida em favor dos trabalhadores advinda da benevolência e da bondade da burguesia. Pensar que isso ocorreria era uma posição fantasiosa e que apenas serviria para confundir as bases dos sem-tetos. Nesse sentido, nos antecipamos e desmistificamos a demagogia burguesa, e também, as alucinações da esquerda pequeno burguesa e o seu espírito “bobo-alegre” imbecializado.
Apenas uma ampla mobilização de rua em âmbito nacional pode efetivar a derrubada do veto do governo fascista e retomar os investimentos em habitações de interesse social. O governo que levou à zero os investimentos em habitação, que fez crescer o déficit habitacional e que quer colocar 400 mil trabalhadores para morar na rua, não demonstra nenhuma sinalização de que vai compadecer em relação a situação dos sem teto. Logo, é preciso responder a esses ataques de forma enérgica. Do contrário, a situação vai seguir a tendência social de agravamento.