A saga das estátuas continua em alta na política nacional. A mais recente notícia é que na cidade de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, serão inauguradas estátuas do falecido ator da rede Globo, Paulo Gustavo. O caso revela todo o caráter reacionário que vem sendo impulsionado pela burguesia e pelo próprio imperialismo e que utiliza da esquerda pequena burguesa como seus soldados em campo. Os grandes heróis nacionais como o navegante Pedro Álvares Cabral ou o bandeirante Borba Gato têm suas homenagens atacadas enquanto pessoas com pouquíssima relevância para a cultura nacional ganham destaque, em uma campanha em que ganham apenas os golpistas, com destaque para a própria Globo.
A campanha contra a história nacional usando a própria figura do ator Paulo Gustavo já vinha sendo feita desde o mês de maio. Na mesma cidade de Niterói, uma das principais vias da cidade, a Rua Coronel Moreira César teve seu nome trocado para Ator Paulo Gustavo. A justificativa teria até mesmo um pretexto esquerdista, visto que o homenageado era um militar que teve como uma de suas últimas missões a destruição do Arraial de Canudos no início do período republicano, missão em que ele falhou e morreu no processo. Mas a história, apesar do que dizem os identitários, não pode é bem mais complexa e não pode ser analisada de forma moral.
O Coronel Moreira César era a liderança da ala mais esquerda dos militares que foram justamente aqueles que derrubaram a monarquia reacionária a proclamaram a república, havia uma grande disputa política no país e um dos desfechos poderia ser um governo radical do próprio coronel. Este setor acabou sendo derrotado após a sua morte o que deu origem a ultraconservadora república dos barões do café, dominada pelos latifundiários de São Paulo. Mais uma vez, como no caso de Borba Gato e de Pedro Álvares Cabral a esquerda identitários demonstram um grande desconhecimento da história, por outro lado o imperialismo parece escolher muito bem os seus alvos.
O problema por trás das homenagens a Paulo Gustavo, inclusive, vai muito além de trocar heróis do povo por figuras irrelevantes. Desde que ficou seriamente doente, Paulo Gustavo tem sido utilizado pela rede Globo para a campanha presidencial de 2022. A Globo procurou transformar a morte de seu funcionário em uma comoção nacional para que isso colocasse a emissora e o PSDB como humanistas, como vítimas do “negacionismo” do presidente fascista e ilegítimo Jair Bolsonaro. Ou seja, longe de se importar com Paulo Gustavo, a Globo explora a sua imagem para fazer politcagem.
A Globo, que é responsável pelo golpe de Estado de 2016 a fraude eleitoral de 2018 e portanto a eleição de Bolsonaro, nem ousa tocar em locais que realmente poderiam abrir um confronto como a estátua do líder do golpe de 1964 na praia do Leme ou nas diversas outras homenagens aos golpistas e torturadores do regime militar. Seu foco é destruir a cultura nacional para manter o país escravo do imperialismo enquanto lucra em cima da morte de seus próprios atores cuja a própria emissora é responsável visto que desde o principio apoiou a política genocida da direita no Brasil. Frente a esses ataques a cultura nacional deve ser defendida a qualquer custo e aqueles que querem destruí-la como o Partido da Imprensa Golpistas devem ser esmagados pela classe operária em sua luta pelo poder.