O governo do democrata Joe Biden sofre uma pressão muito grande com o aumento do número de mortos por Covid nos EUA, o que prejudica a retomada econômica.
As infecções em alta aumentam as preocupações agora que as crianças voltam às escolas, e também abalam investidores e transtornam planos de empresas para retomar o trabalho presencial. Pouco mais de 53% dos norte-americanos estão totalmente vacinados, incluindo quase dois terços da população adulta, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC). A doença já matou mais de 649 mil norte-americanos.
A vitória de Biden nas eleições presidenciais dos EUA se tratou de uma manobra eleitoral do imperialismo.
Nisso, ele se difere de Trump. Trump, que é um fascista, um candidato da extrema-direita, tem uma base social real, uma base de apoio. Ele encontra esse apoio em uma pequena burguesia reacionária, fascista, mas não só: ele encontra apoio, inclusive, em certos setores da classe operária. São os setores que foram empobrecidos e falidos pela política do genocida Barack Obama, que tinha Biden como seu vice. A produção industrial foi destruída em diversos estados dos EUA, gerando um fortíssimo desemprego. E esses setores da classe operária, que estavam sem rumo, viram em Trump a sua salvação – embora, é claro, de maneira equivocada. Mas, em que pese isso, Trump tinha uma base social real, construída por uma simpatia de setores da sociedade a ele. Bernie Sanders, também a tem. Já Joe Biden, não.
O político favorito do imperialismo para as eleições de 2020 era ele e, apenas por isso, ele conseguiu obter tal cargo: só com muito investimento, totalmente desproporcional aos outros candidatos, mas ainda assim com muita fraude. Quem, de fato, votou nele, não votou por simpatia, por apoiá-lo: votou pelo terror feito pela imprensa lacaia do imperialismo, pelo terror de que Trump seria muito pior, seria o Diabo na Terra. Mas, de maneira alguma, por apoiar alguma reivindicação de Joe Biden, alguma proposta sua. No máximo, estava imerso na campanha perdida e reacionária do candidato do Partido Democrata, naquela campanha identitária, que usa “elx”, “elus”, enquanto bombardeia o Oriente Médio. Mas mesmo isso só vale para alguns setores da pequena burguesia liberal, bem pensante, que gosta de se sentir moralmente superior.
Meses depois, o Talibã toma Cabul, e sua vitória e, por conseguinte, a grande conquista da classe operária internacional, prova que: não, Biden não tem base social real. Já se cogita mudar toda a equipe de política externa dos Estados Unidos. A situação política começou a tencionar-se de maneira total: nem mesmo os jornais burgueses, maiores porta-vozes de Biden até o momento, escondem a gigantesca crise que se abriu com a derrota dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Diante da situação do coronavírus, ele terá que tomar alguma providência, ao mesmo tempo que já está sendo acusado de gastar muito. O governo pode entrar em uma crise ainda mais profunda.