Na cidade de São Paulo, em um ano, o número de famílias despejadas em plena pandemia do coronavírus aumentou 660%. O levantamento foi feito pela Companhia Nacional Despejo Zero. A companhia mostrou o empobrecimento da população paulista e detectou que mais de 36.800 pessoas estão ameaçadas. O levantamento foi elaborado com dados das entidades da área de moradia, cerca de cem organizações.
As famílias vivem apreensivas com relação às ameaças e iminência de despejo, como é o caso da ocupação Jorge Hereda, no Jardim Brasília, na Zona Leste, organizada por um movimento de moradia. Segundo Matheus Lira, do movimento Unificação das Lutas de Cortiços e Moradia, “todo mundo tá com medo, lógico, porque ninguém tem aonde ir. Muitas pessoas que procuram o espaço para moradia estão em situação de desemprego, foram despejadas, moravam de aluguel, por conta da pandemia, perdeu o emprego”.
“Eu cheguei a pagar 500 reais no aluguel, só que ainda tinha água, tinha luz, o bujão que tá caro, o alimento, a mistura. Para o nosso salário que a gente ganha, um salário mínimo, não dá para viver”, disse Matheus Lira.
Na cidade de São Paulo, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas, existe um déficit de 500 mil moradias. O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que 901 ações de despejos foram realizadas apenas no mês de julho, a maioria delas por falta de pagamento do aluguel. A tendência é aumentar ainda mais diante da grave crise financeira que acomete o país sob administração de fascistas como João Doria (PSDB) e Jair Bolsonaro (sem partido).
Para a coordenadora de Incidência Política da Habitat Brasil, Raquel Ludemir, “Você ficar sem sua casa num contexto de pandemia, isso significa não só uma violação ao direito de moradia, mas também tem efeitos no direito a saúde, educação e violação de vários outros direitos básicos nesse contexto”.
Essa é a política de habitação do governo fascistas de João Doria: despejos. No início da pandemia, demagogicamente passando uma imagem de político científico e democrático para se diferenciar de Jair Bolsonaro, que o ajudou a se eleger, Doria se mostrou a favor da vacina, de sua produção no estado, mas o que ficou provado é que o provável candidato da terceira via é tão nefasto quanto Bolsonaro. Engomado, dissimulado, Doria vem cometendo seguidos ataques à população, população esta que mais sofreu com o falso combate à pandemia, durante a qual a produção da vacina local não fora eficiente como propagaram a imprensa e os aliados do governador. A mais rica cidade da América Latina vive há mais de vinte anos sob o colapso de um governo neoliberal que oprime a população, que ver ano após ano seu Estado jogar milhares de cidadãos nas ruas, abandonados, sofrendo com a fome e miséria.
João Doria, esse político nefasto, reacionário, bolsonarista, uma farsa criada pela burguesia e imprensa monopolista, pode ser o escolhido da elite entreguista do país para viabilizar a terceira via, uma opção política neoliberal, com cara de mal menor, mas no fundo – de forma semelhante ao senhor da guerra dos Estados Unidos, Joe Biden – é o mal maior, aquele que não medirá esforços para despejar a população, cortar gastos sociais e colocar a Polícia Militar, seus verdadeiros e únicos militantes, para conter a revolta social que não demorará para explodir em todo país.
É preciso denunciar a política criminosa de despejos de Doria e outros governadores e prefeitos direitistas do Brasil, que estão intensificando os ataques aos índios, quilombolas e demais povos oprimidos, aproveitando o contexto político de crise para colocar Bolsonaro como o único fascista do Brasil, quando na verdade existem variantes do fascista-mor muito mais perigosas do que o presidente.
Que no dia 7 de setembro dos excluídos, da classe trabalhadora, todos saiam às ruas para protestar e começar a trabalhar pela formação de comitês de autodefesa de todas essas comunidades em risco, a fim de que a população unida contenha esses ataques. Da justiça burguesa e escrava desses ditadores não podemos esperar nada, senão cinismo e uso indevido das leis para reiterar os sucessivos crimes praticados contra o povo.