O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nessa quinta (26), uma decisão que não tem nenhum amparo legal e que mostra claramente que o principal inimigo do tucano é o povo trabalhador organizado e que lute contra o regime de escravidão que seu partido e toda a direita, unida a Bolsonaro, impõe ao povo brasileiro.
Depois de entregar a Avenida Paulista para os bolsonaristas realizarem manifestação em favor do golpe militar, ou seja, do aprofundamento do atual regime golpista que o PSDB ajudou a construir, o governador ─ que se elegeu em “dobradinha” com o candidato da fraude, Jair Bolsonaro, como “BolsoDoria ─ quer impor que a esquerda, as organizações dos trabalhadores, da juventude, nos negros, das mulheres, enfim dos mais diversos setores explorados, não possam se manifestar no dia 7 de setembro em nenhum lugar do Estado de São Paulo.
Segundo o governador-ditador:
A Secretaria de Segurança Pública tomou a decisão, no Conselho de Segurança Pública, de administrar as duas manifestações, respeitando ambas. Só não há conveniência de que grupos antagonistas se manifestem no mesmo dia, ainda que em locais diferentes.
“Portanto, houve a negativa a solicitação da utilização do Vale do Anhangabaú ou do Largo da Batata ou de qualquer outra área não só na capital, mas no estado de São Paulo para manifestações desta ordem no dia 7 de setembro. No dia 12 de setembro sim, esta será a data das manifestações contrárias ao presidente Jair Bolsonaro, e no dia 7 aqueles que se manifestarão a favor
A decisão evidencia que longe de ser um obstáculo à ditadura que Bolsonaro e seus milicos querem impor ─ como querem fazer crer certos setores da esquerda como PCdoB e PSOL ─, Dória e sua frente ampla apenas disputam o comando da ditadura, mas comungam da mesma política, como já ficou demonstrando à exaustão também em centenas de outros episódios e acontecimentos decisivos em que essa direita tradicional se juntou a Bolsonaro para derrotar os trabalhadores.
Está 100% comprovado que a chamada “terceira via” não serve absolutamente de nada quando se trata de defender os direitos democráticos do povo e seus interesses contra os golpistas, e que partidos e políticos da direita tradicional, como o PSDB e seus aliados, não compactuam com democracia alguma. São, acima de tudo, defensores do regime golpista, que capitulam sistematicamente diante de Bolsonaro e atuam em sintonia com ele, quando se trata de atacar o povo, os interesses nacionais e defender os interesses do grande capital “nacional” e imperialista.
A decisão de BolsoDoria viola abertamente um dos princípios fundamentais da Constituição Federal, que em seu Artigo 5.º estabelece, no seu inciso XVI:
todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.
Diante do ocorrido o Partido da Causa Operária publicou Nota Oficial no dia de ontem em que conclama aos dirigentes e militantes do Movimento Fora Bolsonaro de todo o País a :
- “denunciar o caráter ditatorial da medida do governador BolsoDoria, que evidencia seu compromisso com o regime golpista e a direita liderada pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro;
- manter a convocação do ato para o local público deliberado pelo conjunto do Movimento, se opondo – de fato – à decisão ditatorial de Doria e à vontade de Bolsonaro
- Intensificar a convocação da mobilização convocando os trabalhadores e a juventude, nos seus locais de trabalho, estudo e moradia, a saírem às ruas no dia 7, contra ditadura de Bolsonaro e Doria;
- Realizar uma reunião nacional dos partidos e principais organizações do Movimento Fora Bolsonaro, presencial, para debater esses graves problemas e adotar as deliberações necessárias diante da crise.
Acertadamente, representantes do Movimento reafirmaram em entrevista coletiva realizada no dia de ontem, na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a decisão adotada na véspera em reunião, de realizar o ato no Vale do Anhangabaú, independentemente da posição do governo que não tem autoridade para vetar manifestação alguma.
A tarefa central é impulsionar a mobilização, contra a ditadura de Bolsonaro e de João Doria.





