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De volta ao "fique em casa"

7 de setembro: esquerda foge a abre alas para o desfile fascista

Diante das ofensivas fascistas, a esquerda não deve ficar a reboque das instituições burguesas e da imprensa golpista. É preciso ir ao encontro da população e dos trabalhadores

Decidido há mais de um mês pela Frente Fora Bolsonaro, que envolve vários partidos de esquerda, movimentos socais e sindicatos, o dia 7 de setembro é para ser mais uma das manifestações contra o governo fraudulento e tudo que ele representa contra população. No entanto a situação da mobilização do dia 7 é muito grave. Até a data da publicação desse artigo, os atos da esquerda ainda não foram marcados, não há horário nem locais, se continuar assim, o evento caminha para ser um verdadeiro desastre e a extrema direita tomará conta das ruas, pedindo inclusive a volta da ditadura militar.

Para entender o que está acontecendo, com a esquerda e as manifestações nesse momento, é preciso voltar um pouco no tempo. Para ser mais preciso, maio de 2020. Naquele mês, torcidas organizadas, setores combativos da esquerda e movimentos sociais saíram as ruas para combater as manifestações fascistas pró Bolsonaro, que aconteciam em praticamente todas as capitais e várias cidades, todos os finais de semana. Em São Paulo por exemplo, a escória bolsonarista foi expulsa da Avenida Paulista pelas organizações antifascista. A vitória do movimento foi extremamente importante para situação politica nacional naquele período.

Na sequência, Boulos do PSOL, se autointitulou líder da mobilização antifascista – não se sabe exatamente o porque. E através de um acordo com o governo de São Paulo junto com a Policia Militar, Boulos decidiu – da sua própria cabeça – dividir a Paulista com os fascistas, um final de semana da esquerda outro da direita. Acordo esse – que além de ser um absurdo, antidemocrático e sem consultar ninguém do movimento – agora é utilizado para proibir manifestantes de esquerda de expulsar a direita das ruas, sob a proteção e contenção direta da PM, o que fez as manifestações antifascistas literalmente desmanchar, desmantelar.

Se utilizando dessa articulação do psolista, agora no dia 7 de setembro, por exemplo, o governador “democrático” João Doria (PSDB) junto com a policia “revelou” a Frente Fora Bolsonaro que a Avenida Paulista já estaria reversada para a manifestação bolsonarista. É importante deixar claro que todas as grandes mobilizações que aconteceram este ano contra o governo fraudulento foram na Paulista, inclusive deveria ser a do dia 7 de setembro como as outras. A essa altura do campeonato a decisão do Bolsodoria, de ceder a avenida para o seu suposto inimigo é quase impossível de reverter.

Se utilizando da crise pandêmica, a esquerda pequeno burguesa e lideranças sindicais, passaram o ano passado inteiro, falando que não dava para se manifestar contra os crimes que a direita golpista e Bolsonaro, praticam todos os dias contra a população e os trabalhadores. Apesar de ter acontecido atos dos setores mais combativos da esquerda em todo país durante o ano de 2020, o 1º de maio de 2021 na Praça da Sé em São Paulo, foi um divisor de águas e rompeu de vez a barreira colocada pela direita, e levada a sério por setores da esquerda do “fique em casa”, e assim milhares de pessoas foram as ruas indignadas com a situação catastrófica que vive a país. O 1º de maio desencadeou uma série de atos Fora Bolsonaro por todo Brasil. 7 de setembro é 6º ato nacional oficial decidido pela Frente.

Na última manifestação – 5º ato oficial Fora Bolsonaro – 18 de agosto ficou claro o boicote da esquerda pequena burguesa a mobilização. Os atos que deveriam ter como pauta central a reforma administrativa – que é um ataque brutal ao funcionalismo publico brasileiro – foram bem menores do que aqueles que vinham acontecendo. Visto que a quantidade de servidores públicos em todo país chega a 12 milhões de pessoas. Ficou claro que a esquerda cirandeira, frente amplista e sindicatos patronais não queriam que a manifestação ocorresse. Fizeram questão de não convocar a população para a atividade, e aqueles que fizeram, fizeram de maneira totalmente espúria. A sabotagem foi visível.

Outro fato que a esquerda “bem pensante” coloca à frente dos atos populares é a questão de que, as instituições burguesas estariam lutando contra o Bolsonaro, o que é falso. Certas lideranças de esquerda chegam a afirmar – de modo conscientemente ou não – que sem ajuda da direita, a mobilização da população, não teria força para derrubar o governo. Essas lideranças são aquelas, que ao invés de ir de encontro à população, chamar, convocar, conversar com o povo e com os trabalhadores eles preferem aguardar que o STF a CPI da Covid, o Congresso irá pautar o impeachment de Bolsonaro e tudo vai ficar bem – um verdadeiro mundo da fantasia. Observe que dentro do movimento há setores que trabalham para acabar com os atos, uma claro golpe contra a classe trabalhadora.

Outro ponto é que Bolsonaro tem sofrido uma série de ataques da direita tradicional junto com o Supremo, inclusive medidas ilegais. Ao contrário da esquerda, e sabendo que a luta politica no país está cada vez mais intensa, Bolsonaro não recuou e convocou sua base para se manifestar no dia 7 de setembro. Reação essa que a direita não esperava e está sentindo a pressão com bastante força. Os ataques contínuos da direita e do STF tem inflamado a militância bolsonarista. E diante da tamanha convocação é provável que teremos grandes atos da extrema direita no próximo dia 7, inclusive com ampla participação de policiais.

Diante de toda a ofensiva e a reação de Bolsonaro, neste momento temos as ditas instituições – que salvariam o Brasil do Bolsonaro – todas acuadas em relação ao que pode acontecer no próximo dia 7. Governadores de Estados, Prefeitos e os ministros do STF, estão com um verdadeira batata quente nas mãos e não sabem como resolver. Toda essa situação é favorável ao governo ilegitimo de Bolsonaro. Apoiadores do governo falam até mesmo de invadir o Supremo e o Congresso e quebrar tudo, depondo ministros e deputados à força se for necessário. A direita neoliberal já organiza sua capitulação diante de Bolsonaro.

Do outro lado temos a esquerda que a reboque da direita e da imprensa golpista, não se mobiliza e nem mobiliza a população, contra as inserções reacionárias e fascistas tanto de Bolsonaro quanto da direita. Essa mesma esquerda está em um esforço enorme para desmobilizar os atos e tudo o que foi construído até agora. Veja o caso do dia 18 de agosto por exemplo. Sem se mexer até agora em relação aos atos – já marcados oficialmente muitos dias atrás – é bem provável que a esquerda pequeno burguesa tenha voltado para debaixo da cama, com seus pijamas (como no ano passado) e vão deixar as ruas para o desfile fascista do dia 7 de setembro. A paralisia e sabotagem dos atos são uma crença infundada de que as instituições irão resolver a situação.

Não há tempo a perder. Ruas vazias para Bolsonaro desfilar com policiais armados, será um grande retrocesso na luta contra o governo – fruto de uma farsa – e uma crise muito grave no interior do movimento Fora Bolsonaro. Sendo assim a população em geral sofrerá ainda mais com o fascista mor se sentindo à vontade para atacar o povo e classe operária do país. É preciso se organizar urgente, marcar locais e horários de todos os atos fora Bolsonaro, fazer uma ampla companha de divulgação e convocação das manifestações. Agitação e propaganda em bairros populares, periferias, fábricas, empresas e etc. é fundamental e por fim não devemos esperar nada das instituições da burguesia, a esquerda que se preza vai de encontro e fica ao lado do povo.

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