Nesta semana, o comandante da PM paulista, o coronel Aleksander Lacerda, convocou em suas redes sociais seus amigos- provavelmente os de farda – para as manifestações em Brasília no dia 07 de setembro. A intenção da convocação é para atacar o Supremo Tribunal Federal(STF) e o Congresso Nacional a fim de que adotem o voto impresso. Embora o voto impresso seja uma reivindicação democrática, os bolsonaristas querem mesmo é fazer demagogia e intensificar a crise do regime burguês, cujas instituições-como STF- estão querendo controlá-lo através de uma ditadura jurídica, de leis aplicadas ao bel prazer dos seus ministros, que atacarão a esquerda e os movimentos populares.
Mesmo cometendo indisciplina ao convocar seus “amigos” para a manifestação, o coronel Lacerda disse que sente “nojo” do STF e chamou o governador Doria(PSDB) de “cepa indiana”. Em suas redes sociais, no dia 16 de agosto, postou que “Liberdade não se ganha, se toma. Dia 7/9 eu vou”. No dia 20, disse que “nenhum liberal de talco no bumbum consegue derrubar a hegemonia esquerdista no Brasil. Precisamos de um tanque, não de um carrinho de sorvete. Caldo vai esquentar”, finalizou o comandante golpista.
A Procuradoria-geral da República considerou o convite como uma “tentativa de levante”. O coronel Lacerda disferiu ainda outros ataques às autoridades burguesas: chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco(DEM), de “covarde”; Rodrigo Maia, atual Secretário de Projetos e Ações Estratégicas do Estado, por ter se beneficiado de esquemas de corrupção, foi chamado de “mafioso”.
Com 7 batalhões da PM paulista sob suas ordens, com uma tropa com cerca de 5 mil homens atuando em 78 municípios da região de Sorocaba, a ação do coronel Lacerda põe em risco toda a esquerda e os movimentos populares que estão nas ruas lutando pelo fora Bolsonaro.
A PM está cada vez mais inserida nessa tensão política no país. Além de Lacerda, outro coronel, o Ricardo Melo Araújo, diretor da Ceagesp, gravou um vídeo convocando seus veteranos da Rota para o ato. O coronel Lacerda foi afastado do Comando, que estuda outras punições ao militar.
Bolsonaro irá usar os policiais militares para amedrontar a população que está nas ruas. Temerosos, os governadores de São Paulo, Doria, e do Piauí, Wellington Dias(PT), anunciaram um encontro com 24 governadores para analisar a situação das instituições com essas ameaças à “democracia”, mas muitos desses governadores são fiéis aliados das polícias assassinas.
ESQUERDA PEQUENO-BURGUESA, UMA ALIADA DA PM
Apesar de todos esses ataques e amaças do alto escalão da PM, políticos da esquerda pequeno-burguesa, como Guilherme Boulos(PSOL), estão reiteradamente fazendo acordos espúlios com ela e agindo contra as manifestações populares pelo o Fora Bolsonaro.
A imprensa golpista e reacionária como Estadão, Folha de S.Paulo e Veja não elogiou Guilherme Boulos como grande lutador dos trabalhadores sem teto à toa. Para conseguir a simpatia dessa imprensa fascista, o psolista Boulos entrou em acordo, sem nenhuma autoridade, com a PM fascista de São Paulo para entregar a avenida paulista para a extrema direita nas mobilizações do ano passado, a fim de protege-la das torcidas organizadas presentes nos atos. Um policial aposentado da PM revelou a boa relação e colaboração de Boulos com a corporação em outras ocasiões, como nas ações de despejo em Taboão da Serra e em São José dos Campos.
Com essas e outras ações pacíficas e características de um pelego contra o Movimento dos Trabalhos Sem Teto(MTST) e os movimentos populares, Guilherme Boulos e outros da esquerda pequeno-burguesa colaboram para o fortalecimento do recrudescimento do estado arbitrário da burguesia. As críticas do coronel aos órgãos e políticos burgueses são bravatas, pois esses golpistas mais à frente não ficarão contra a burguesia, mas sim contra a esquerda e os movimentos populares.
É preciso continuar denunciando e desmascarando toda essa política traidora de alianças com a polícia praticada pela esquerda pequeno-burguesa. As tentativas de golpe dos policiais militares bolsonaristas também devem ser denunciadas à população, principal vítima dessa crise do decadente regime burguês arbitrário.
Só com o povo na rua, mobilizado, formando seus comitês de autodefesa, conseguiremos derrotar o avanço das práticas fascista no Brasil. Dia 07 de setembro, todos às ruas contra esses ataques ao povo e as ameaças de instalação de uma ditadura.
