Diversos Diretores de Escola foram exonerados do cargo de confiança após comunicarem aos pais dos alunos a Greve Sanitária dos Professores de Betim, Minas Gerais. O Prefeito Vittorio Medioli (PSD) transformou o retorno às aulas na cidade mineira num caso de polícia, depois que a Desembargadora Teresa Cristina declarou a greve dos professores ilegal. A ação movida pela própria Prefeitura foi seguida da punição dos Diretores eleitos pela comunidade com 60 dias de suspensão no cargo efetivo. Esses Trabalhadores da Educação no cargo de Direção não faziam mais que o seu dever comunicando a comunidade a suspensão do início das aulas após a adesão dos Professores ao movimento aprovado em Assembleia.
A Justificativa para a ilegalidade da “Greve Sanitária” é que uma parte dos alunos não teria acesso ao Ensino à Distância. Para aceitar tal argumento é preciso acreditar que em algum momento, desde o início da Pandemia, o governo municipal se preocupou com esses alunos, obviamente é apenas uma desculpa conveniente para impor a reabertura das Escolas.
A Pandemia não está sob controle na cidade e os protocolos de segurança sanitária propostos pela Secretaria de Educação colocam em risco os Trabalhadores da Educação, os estudantes e as famílias. No entanto, a imprensa burguesa divulga o contrário, “tranquilizando” a população para o retorno e acusando os diretores de disseminarem notícia falsa, que seria o comunicado da greve declarada ilegal. Acontece que a família do prefeito comanda dois dos principais jornais no Estado (O Tempo e Super Notícia) o que permite que qualquer mentira contada para a população ganhe ares de verdade.
Na sexta-feira passada, o Procurador Municipal Bruno Cipriano invadiu a Escola Municipal Osório Aleixo da Silva acompanhado da Guarda Municipal, seguindo as orientações do autoritário prefeito. O diretor da escola foi detido sob protesto dos estudantes, familiares e trabalhadores da educação. Esta foi uma das 10 escolas interditadas na cidade até a chegada de um interventor indicado pelo prefeito que ocupará o cargo de diretor após as exonerações.
Os professores anteciparam a Assembleia de Greve marcada para o dia 20 que será realizada no dia 19 de agosto para decidir se acatam a decisão injusta da justiça burguesa ou se radicalizam o movimento e conseguem reverter a exoneração dos diretores eleitos que sofreram perseguição da prefeitura para intimidar a mobilização dos professores. No plano Estadual, a “Greve Sanitária” também foi declarada ilegal e o SindUTE-MG votou a suspensão da Greve no dia 17 de Agosto mostrando que se depender dos tribunais burgueses a segurança sanitária não será prioridade.
A cereja do bolo, ou melhor, o chantili estragado, foi a nota dos stalinistas do PCdoB se colocando ao lado do prefeito fascista e contra o movimento dos trabalhadores. Na verdade, o PCdoB, em sua sanha por cargos burocráticos, compõe o Governo Municipal de Betim justamente na pasta da Educação.
Como já denunciado aqui, o PCdoB está mais próximo dos tucanos que da esquerda. No caso, participa de um governo do PSD, um apêndice do PSDB. Os sindicalistas pelegos do PCdoB saíram em defesa de Marilene Pimenta, secretária municipal de educação, filiada do partido que se diz comunista. Segundo eles o prefeito fascista é um exemplo de enfrentamento à pandemia e oportunistas seriam os diretores sindicais “irresponsáveis” do SindUTE-Betim que tentaram tumultuar o retorno às aulas na cidade mantendo uma greve “ilegal”.
Como já explicado, a assembleia dos trabalhadores foi antecipada para debater o assunto, mas como bons stalinistas eles acham que a diretoria sindical deveria ter tomado a decisão de suspender a greve sem consultar os trabalhadores acatando a ordem da desembargadora e cedendo à intimidação do Governo Municipal.