Os ataques da extrema-direita às mulheres continuam acontecendo diariamente no governo golpista de Bolsonaro. O ministro fascista da saúde, Marcelo Queiroga, vetou uma resolução de 2019 do Conselho Nacional de Saúde, pois esta possuía como uma de suas diretrizes “Garantir o direito ao aborto legal, assegurando a assistência integral e humanizada à mulher.”
O ataque ao aborto é uma política antiga da direita que visa garantir a opressão da mulher por meio da sua subordinação à família. Portanto, a defesa do direito ao aborto é uma reivindicação antiga das mulheres, de primeira importância até os dias atuais.
O número de abortos realizados todos os anos no Brasil é alarmante. Em 2020, até o mês de agosto, o SUS já havia realizado 81 mil procedimentos após abortos mal sucedidos, o que indica que os números de abortos ilegais realizadas está na casa das centenas de milhares. A realidade é que milhões de mulheres brasileiras já realizaram procedimento de aborto, que deveria ser um direito seu, de forma ilegal devido à opressão da burguesia e que milhões mais realizarão também de forma ilegal enquanto esse direito não for conquistado.
O direito ao aborto no Brasil existiu de forma extremamente limitada a pouquíssimos casos, em caso de risco de morte para a mulher, em caso de anencefalia do feto e em casos de estupro da mulher. Mesmo assim, o governo ataca esses direitos tentando tornar o aborto ilegal em todas as situações como se viu na campanha da ministra Damares para impedir que uma criança de 10 anos de idade que foi estuprada realizasse um aborto. A campanha vai até o meio legal que tenta modificar a legislação como um todo.
Por sua vez o ministro da saúde entrou de cabeça na campanha anti aborto citando o bordão demagógico: “somos pró vida”. O jornal bolsonarista Gazeta do Povo afirmou que a resolução vetada “em tom ideológico, o documento também citava o objetivo de defender o SUS de um ‘processo de desmonte que ameaça o direito à saúde’”. Aqui fica claro que a campanha bolsonarista contra as mulheres se unifica com a campanha de destruição total da saúde pública. Para eles, as mulheres não só não devem ter o direito ao aborto seguro e gratuito como não devem ter direito nem à saúde gratuita. O único resultado da proibição do direito ao aborto que realmente importa são os danos à saúde da mulher. A hipocrisia “pró vida” é incapaz de disfarçar esse fato.
A luta das mulheres contra os ataques da extrema-direita é crucial, é preciso realizar uma defesa intransigente do direito ao aborto seguro, gratuito e legal para todas. Esta luta faz parte da luta geral de toda classe trabalhadora pela derrubada do governo golpista de Bolsonaro e por Lula presidente e por um governo dos trabalhadores.