A morte do ator Tarcísio Meira, de 85 anos, trouxe à baila novamente a questão da vacina. Ele, assim como sua esposa, a também atriz Glória Menezes, foram infectados pelo Coronavírus mesmo após terem sido vacinados com as duas doses de Coronavac.
A imprensa golpista, que tanta propaganda fez de João Doria, ou melhor, de “João Vacinador”, correu para explicar porque apesar do desastre ocorrido com o ator, o povo deveria confiar na Coronavac.
Como bons enroladores da população, a imprensa e a direita golpista procuram confundir a discussão, apresentando o problema como se a crítica à Coronavac fosse uma crítica às vacinas de modo geral.
Trata-se de uma nova etapa das acusações de “negacionismo” que foram feitas no início da vacinação contra qualquer pessoa que colocasse minimamente em dúvida a política que a direita está levando adiante no que diz respeito à vacinação.
Naquele momento, o bolsonarismo atacava as vacinas como propaganda eleitoral contra João Doria. Com o desenvolvimento da vacinação e a compra de vacinas de outras procedência por parte do governo Bolsonaro, a disputa eleitoral foi transferida para uma espécie de corrida para saber quem vai terminar primeiro a vacinação.
Doria havia saído na frente quando conseguiu, em parceria com os chineses, fabricar a Coronavac no Butantã. A vacina do governo de São Paulo foi aprovada a toque de caixa, mesmo com eficácia comprovada de pouco mais de 50%. Tratava-se da pressão da burguesia golpista para sair na frente, apresentando Doria como o grande salvador da pátria e vacinador da nação, contra o “negacionismo” de Bolsonaro.
Para sustentar tal campanha eleitoral, forçaram a ANVISA a aprovar uma vacina com pouquíssima eficácia. Para justificar a aprovação, a imprensa golpista, aliada do PSDB, colocou em marcha uma campanha de caráter ideológico, elogiando a vacina e empurrando a população para a vacinação.
A esquerda a reboque de João “Vacinador”
A esquerda pequeno-burguesa se jogou de cabeça na campanha da imprensa golpista e novamente formou uma frente única com a direita golpista. A pretexto de fazer “oposição” a Bolsonaro, a maioria da esquerda passou a defender cegamente a vacina de Doria, fazer propaganda direta ou indireta do governo do PSDB – “viva o SUS! Viva o Butantã – e até mesmo defender a aprovação, por parte do STF ditatorial e golpista, da vacinação obrigatória.
Fica cada vez mais claro que essa política da esquerda teve como único resultado a propaganda do PSDB. Grande vitória!
“Sommelier” de vacina?
Conforme apareceram novas marcas da vacina, ruma nova campanha da esquerda, sempre orientada pela direita tucana e a imprensa golpista, veio à tona: atacar as pessoas que, com todo o direito, querem decidir qual vacina tomar.
A campanha ideológica era novamente levada adiante pela imprensa golpista, com a ajuda da esquerda, mas, na prática, o governo de São Paulo colocou em marcha uma medida de tipo ditatorial: jogar para o fim da fila de vacinação quem se atrever escolher qual vacina quer tomar.
A medida é obviamente ditatorial, mas diante da histeria da esquerda, é necessário dizer o óbvio: as pessoas têm o direito de escolher que substância elas vão injetar em seu corpo.
Essa campanha contra os “sommeliers” de vacina, além de ser mais uma idiotice repetida pela esquerda, tinha como fundo um problema político que se revela agora mais claramente. Com o aparecimento de novas vacinas, é natural que a população queira se vacinar com aquelas que sejam comprovadamente mais eficazes.
E vejam só que infelicidade de João Doria, sua Coronavac é a vacina mais comprovadamente ineficaz. E antes que os pretensos “cientistas”, que seguem tudo o que a direita diz na imprensa golpista, nos acusem de “negacionistas”, vale lembrar que a eficácia de apenas 50% da Crornavac é um dado comprovado. Mas se isso não basta, há ainda outros dados: diversos países europeus não irão fornecer vistos para quem se vacinou com Coronavac, ou seja, para esses países, é como se a pessoa nem estivesse vacinada. Mas não é só isso, o Chile quase entrou em nova turbulência social porque a população vacinada com Coronavac está se reinfectando.
No Chile e também no Brasil, estão sendo feitos testes para a necessidade de uma terceira dose de Coronavac.
Mas por que tudo isso seria mais importante do que a campanha eleitoral de João Doria? A esquerda pequeno-burguesa deveria responder a essa pergunta.
A crise com a Coronavac
Tarcísio Meira não foi o único que veio a falecer de Covid mesmo após ter tomado a Coronavac. Há inúmeros casos, como o relatado do Chile. Recentemente, o sambista Nelson Sargento também foi vítima da doença mesmo após as duas doses da Coronavac. O próprio João Doria se reinfectou mesmo após tomar a vacina.
O esforço da imprensa em dar explicações sobre o problema revela a enorme crise. A população, diante da opção de se vacinar com vacinas mais eficazes, está corretamente fugindo da Coronavac. Ao contrário do que a esquerda e a classe média pensam, o povo não é ignorante. A população percebeu que a vacina de Doria é uma cilada. A essa altura dos acontecimentos, a esquerda deveria exigir que as patentes das vacinas produzidas nos países imperialistas, que têm maior eficácia, fossem quebradas e o povo possa ser vacinado com a maior qualidade possível.
A esquerda pequeno-burguesa, no entanto, continua fiel a João Doria, se mostrando uma retaguarda na luta pela vacinação.
A crise com a Coronavac é tão evidente que há uma grande movimentação nos postos de São Paulo das pessoas evitando a Coronavac. Os funcionários das unidades estão sendo obrigados a ocultar qual é a vacina que está sendo aplicada, de modo que o paciente só possa saber quando já está prestes a ser vacinado e não é mais possível voltar atrás.
A reportagem do DCO esteve em alguns postos na capital paulista e em todos eles a informação é de que houve uma orem expressa proibindo que seja revelada a vacina.
Não fosse o esforço de propaganda da imprensa golpista e a ajuda da esquerda, Doria estaria numa situação muito complicada. A tendência é que os lotes de Coronavac comecem a encalhar e a farsa do João “Vacinador” seja definitivamente revelada.
Diante desses fatos, é possível especular que houve uma política para vacinar os muito idosos com a Coronavac, saindo na frente com a campanha de vacinação, e agora os muito jovens, com menos de 30 anos.
Para os idosos que vierem a falecer, a imprensa golpista está preparada para explicar os motivos. No caso dos mais jovens, o governo Doria aposta no baixo índice de mortalidade. Já os cidadãos entre 30 e 60 anos, faixa etária que, por vários motivos, lidera o índice de mortos, foram em sua maioria vacinados com Astrazenica e Pfizer, comprovadamente mais eficientes.
Não é possível confirmar que foi essa a política do governo Doria, mas fato é que ao contrário de salvador da pátria, o tucano continua levando adiante uma política genocida contra o povo, como fez Bolsonaro e toda a direita golpista durante toda a pandemia.
O que é realmente incrível e vergonhosa é a atuação da esquerda, que não se cansa de fazer propaganda eleitoral do PSDB e atacar a população.