O Governo do Estado de São Paulo, sob o controle de João BolsoDória (PSDB), resolveu por retornar com as aulas presenciais agora, no dia 02 de agosto. Ignorando todos os apelos por parte das entidades que representam a classe dos professores (que temem o aumento de contaminações e mortes por COVID-19 dentre os funcionários e alunos das escolas), Dória liberou as aulas presenciais irrestritamente, ou seja, de forma que as minúsculas salas de aula das escolas estaduais possam voltar a receber todos os seus mais de 60 alunos diariamente. A única restrição imposta pela Secretaria de Saúde do Estado é a de que os Diretores devam garantir o “distanciamento mínimo de 1 (um) metro por aluno”, coisa qual sabemos ser impossível dentro do universo das salas de aula superlotadas da rede pública de ensino.
Neste cenário de risco aos professores e estudantes, da mesma forma que vêm ocorrendo desde o início da pandemia no Brasil, as maiores organizações estudantis do país se permanecem em silêncio sobre a nova medida estadual. Enquanto Dória e os partidos da direita golpista (PSDB, MDB, DEM, PSL, Progressistas, Republicanos, PTB, SD, PL) impõem a volta às aulas presencial, o que transformará os alunos em vetores de expansão do Coronavírus, a UNE e a UBES mantém um silêncio sepulcral sobre o assunto – isso quando não apoiam abertamente o retorno às salas de aula. Neste momento, não há condições para tal medida. Qualquer aluno ou funcionário da rede pública de ensino sabe que não existe qualquer investimento em infraestrutura, seja de reforma ou adaptação das escolas e salas de aula, bem como não houve qualquer medida de vacinação em massa de professores, alunos e familiares para garantir o direito dos mesmos à vida.
A direção das entidades estudantis, comandada pelo PCdoB (desde 1979, no caso da UNE), coloca os estudantes à reboque da direita e sua política genocida. Nesta seara, por exemplo, vimos no último ato do dia 24, a presidente da UNE Bruna Brelaz, compor o bloco do PSDB com seus pares da União Nacional dos Estudantes. Já na primeira semana ocupando a principal cadeira da UNE, Bruna resolveu se aliar com aqueles que usam o monopólio da força garantido pelo Estado para espancar, cegar, jogar bombas, sprays de pimenta e soltar cachorros contra os trabalhadores e servidores públicos. Como anteriormente expresso em nota publicada pela Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), braço jovem do Partido da Causa Operária “Não se mostra plausível, em hipótese ou situação alguma, a união do enforcado com seu carrasco, da mesma forma que não é aceitável a união dos estudantes (ou sua representação política) com o PSDB”. Desta forma, se torna cada dia mais claro a necessidade de reformar a UNE pela base, para que a mesma se torne uma real representação política dos estudantes e capaz de mobilizar as massas em prol de suas reivindicações.