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A 3ª via tem garganta profunda

Esquerda pequeno-burguesa: obstáculo para a mobilização popular

Dentro do dito “movimento” Fora Bolsonaro existe setores da esquerda pequeno-burguesa que tem servido como correia de transmissão da burguesia

A crise política se acentua na medida em que a pandemia não é controlada, as condições econômicas se deterioram e o governo golpista de Jair Bolsonaro se aproxima cada vez mais das eleições de 2022. O movimento Fora Bolsonaro adquire nas ruas um conteúdo cada vez mais proletário embora encontre pela frente um verdadeiro obstáculo para que vire um movimento de massas bem organizado. Diante da possibilidade de emplacar uma 3ª via, a burguesia pressiona os setores centristas a cederem terreno para a infiltração da direita e até mesmo para a vitória de um candidato alternativo à Bolsonaro; nesse caso, João Doria pode ser considerado o principal postulante da direita golpista.

As mobilizações avançam, a coordenação do movimento está mais definida, embora não bem organizada e não atua publicamente. Esse sigilo, todavia, tem um fundamento: há uma ala dentro do movimento que quer arrefecer as manifestações a serviço da direita. Dentro do dito “movimento” Fora Bolsonaro existe setores da esquerda pequeno-burguesa que tem servido como correia de transmissão da burguesia. Esse, portanto, é o papel dos informantes da Folha de S. Paulo. Na última reunião, realizada na sexta-feira, 29, essa ala pequeno-burguesa representada, além de outros não citados pelo jornal, por uma dirigente da Unidade Popular (UP); pelo representante da Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior, e pelo representante da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, tentou marcar as manifestações para o dia 7 de setembro. Como disse o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, na última Análise Política da Semana, “felizmente, não participam da reunião apenas organizações totalmente artificiais da pequena-burguesia; participa da reunião também a Central Única dos Trabalhadores (CUT)”.

A CUT, por sua vez, propôs que a manifestação fosse realizada no dia 18 de agosto em conjunto com o dia de luta dos servidores municipais, embaralhando o jogo montado da reunião que buscava jogar as manifestações para o dia 7 de setembro. Segundo Rui, a CUT acertou na data, pois “é preciso mobilizar os setores populares”. Afinal, “o que poderia ser melhor do que mobilizar os servidores públicos e mobilizar o povo conjuntamente com os servidores públicos”, disse Rui. Ainda segundo o presidente do PCO, “o caminho para ampliar o movimento é transformar esse movimento num verdadeiro movimento amplo das massas trabalhadoras e populares”.

Apesar da decisão tomada na reunião do movimento Fora Bolsonaro, o setor apelidado de “garganta profunda” decidiu passar a informação para o jornal golpista Folha de S. Paulo que o ato estaria marcado para o dia 7 de setembro, contrariando o acordado na reunião com diferentes representantes de partidos e organizações populares. Esse, portanto, é o nível de sabotagem dentro do movimento, uma tentativa de confundir a população e minar o movimento em favor de uma candidatura da direita, que não surja da mobilização popular. Assista a Análise Política da Semana.

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