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Na Frente Brasil Popular

PCdoB tenta levar a esquerda a apoiar a infiltração da direita

Defensores da frente com a direita golpista, atacam o Partido da luta contra o golpe, para abrir as portas para o PSDB, a direita bolsonarista e até a polícia de Doria

Realizou-se na última terça-feira, 6 de julho, a Reunião do Coletivo Nacional da Frente Brasil Popular, com a participação de cerca de 150 companheiros representantes das dezenas de entidades nacionais e partidos de esquerda que integram a Frente, bem como de grupos locais e instâncias estaduais da Frente, que – conforme foi reconhecido por muitos na reunião – encontravam-se bastante desarticuladas antes do começo dos atos nacionais pelo Fora Bolsonaro, a partir de 29 de maio passado.

Como vem acontecendo em vários fóruns do movimento de luta que organiza os atos em todo o País, a reunião repetiu a tática de garantir um privilégio do tempo de intervenção para determinados grupos, destacadamente o PCdoB. Mesmo não sendo o partido majoritário na Frente e nem se equiparando no movimento de lutas a organizações como o PT, a CUT, o MST e a CMP,  a quantidade de intervenções feitas por seus oradores representou mais de um terço das inscrições. Se o PCdoB tivesse nos atos a mesma proporção de ativistas que nas reuniões, levaria mais gente prá rua do que a CUT, o PT, o MST, CMP e o PCO, juntos. 

Nas suas intervenções, os oradores ligados ao PCdoB (às vezes ocultos detrás de siglas de outros movimentos), exultaram a farsa que a direita golpista realiza na CPi da pandemia, defenderam repetidamente sua política de frente ampla com a direita e de ataques contra o PCO e a esquerda que se opõe à política de conciliação com os golpistas que derrubaram Dilma, prenderam Lula e são cúmplices (e “pais”) de Bolsonaro, tendo aprovado todas as medidas contra os trabalhadores nas última décadas.

Vivas à CPI  e solidariedade com o PSDB

Com tempo privilegiado (10 minutos), três vezes maior do que o dos representantes dos demais partidos, que teriam apenas 3 minutos cada um, o representante do PCdoB, Nivaldo Santana, apresentou uma “análise de conjuntura” e deixou claro a política do Partido. O mais importante para o PCdoB é a “progressiva ampliação da frente” o que vem sendo feito com a introdução de setores da direita como o MBL e outros marginais golpistas, fascistas e inimigos dos explorados. Segundo ele, esse é o caminho para “consumar a derrota de Bolsonaro” que já estaria derrotado pelo “bombardeio de denúncias vindas da CPI“.

Em nome do que chamou de “convicção e força da necessidade de unir amplas forças sociais“, o PCdoB criticou o fato de que o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, tenha sido vaiado no ato do dia 3 de julho em São Paulo. O representante do PCdoB defendeu o orador da Força Sindical – que foi a primeira organização a se solidarizar com o partido dos seus “donos”, do PSDB – dizendo que se opor aos que fizeram campanha pelo golpe com o PSDB, “constitui um equívoco que prejudica a ampliação do movimento” e que “joga água no moinho do Bolsonaro”.

Ampliar com os golpistas e não com os trabalhadores

Enquanto algumas intervenções importantes, como a da secretária-geral da CUT, companheira Carmem Foro, procuravam destacar a necessidade de ampliar a mobilização, “ter milhões nas ruas”, com a participação dos trabalhadores e de suas reivindicações, contra os ataques do governo (privatizações, reforma administrativa etc.), os vários oradores do PCdoB defenderam não apenas a “unidade” com a direita golpista como caminho, mas até mesmo a unidade com a fascista Polícia Militar de São Paulo, propondo que os organizadores da campanha fora Bolsonaro façam “reunião com setores da Secretaria de Segurança Pública para discutir ação comum contra grupos extremistas”, ou seja, se juntar aos assassinos de Paraisópolis, repressores dos professores, estudantes, sem teto, sem terra etc., para conter manifestantes de esquerda que, da mesma forma como Bolsonaro, Doria e cia., o PCdoB chama de “extremistas”.

Quando a reunião estava prestes a se encerrar, o representante da UNE, Iago Montalvão (UJS/PCdoB), em uma típica manobra antidemocrática, ao estilo do que fazem nos centro acadêmicos e entidades estudantis, propôs que a FBP aprovasse uma nota redigida por ele para “condenar a violência em geral“, “saudar as denúncias da CPI e o impeachment como contribuições importantes” e também a “ampliação da frente” (isto é, a aliança com o PSDB).

Política reacionária e ataques ao PCO

A tentativa de impor à FBP o “repúdio à violência”, como bem caracterizou um companheiro da Federação Única dos Petroleiros (FUP), foi uma tentativa de condenar os métodos mais combativos de luta que os trabalhadores utilizam em suas greves, ocupações etc. contra os patrões e seus governos ditatoriais.

O objetivo perseguido na nota proposta pelo representante do PCdoB e em várias intervenções do partido da frente ampla com a direita, foi atacar o PCO – Partido da Causa Operária, como fizeram Doria, a Força Sindical, a imprensa golpista e cabos eleitorais do senhor “Ciro ‘Lula tá preso babaca’ Gomes” – como o sr. Renato Rovai, do sítio Revista Fórum –  que publicou calúnias acusando o PCO, um partido político, pessoa jurídica, de roubar celulares e bater em mulheres; repetindo a acusação que a direita dirigia contra o PT, acusando nosso partido de ser uma quadrilha. (sobre este tema ler a Nota Oficial Nota oficial: Uma provocação direitista contra o PCO em defesa do PSDB“, publicada em 5 de julho)

O objetivo claro dessa campanha, feita tanto pela extrema direita como pelo PCdoB, é silenciar o PCO, que se opõe a entregar o controle das manifestações aos partidos de direita. Visa, de imediato, proteger o PSDB.

A reunião – gravada pelos organizadores – deixou ainda mais claro que toda a provocação vista nos últimos dias contra o PCO, por parte da direita e dos seus defensores no movimento popular, visa  criar um pretexto, não apenas para trazer o PSDB e bolsonaristas para os atos, como transformá-los de agressores do povo brasileiro em vítimas do “truculento” PCO e dos setores combativos da esquerda que repudiam a presença de seus algozes nas manifestações, com o claro objetivo de sabotá-las e derrotá-las. Vale lembrar que o PSDB publicou Nota Oficial em que esclarece que não assinou nenhum pedido de impeachment (é a favor do “fica Bolsonaro”) e que é contra os protestos de ruas, que pode se voltar contra os genocidas tucanos que são parceiros de Bolsonaro no genocídio em várias regiões do País, como SP (mais de 130 mil mortos!) e RS (quase 32 mil mortos!).

O encontro, em que se reafirmou a importância da ampliação da mobilização no dia 24 de julho, foi usada pelo PCdoB como um palanque da campanha que pretende fazer em outros fóruns, como o Movimento Fora Bolsonaro, com outros aliados conservadores e oportunistas que querem desviar o movimento de lutas que se ergue no País e  transformá-los num palanque para a direita, como foi feito em 2013 e em outros momentos da nossa história recente, como na campanha das Diretas (tomada pela direita e que levou ao reacionário governo Sarney) ou no Fora Collor (que deu lugar ao governo neoliberal de Itamar Franco e, depois, à fraude do plano real e eleição de FHC o “pai” do neoliberalismo no Brasil).

Essas propostas reacionárias não encontram apoio nas bases das organizações mais amplas da esquerda e da luta do povo brasileiro, que repudiam a direita, os golpistas, de todos os matizes.

A nota pró conciliação e de condenação da revolta do povo, pelos meios que forem necessários, não foi aprovada na reunião, não havendo consenso em torno dela.

PCO defende democracia e fortalecimento da FBP

Os representantes do PCO, que participaram da reunião, membros da direção nacional do PCO, companheiros Antônio Carlos Silva e Rafael Dantas, defenderam que os rumos do movimento sejam discutidos em fóruns amplos, como plenárias democráticas nos Estados e municípios, presenciais, com amplo direito de debate e a realização de uma nova Conferência Nacional, ampla e democrática, da Frente Brasil Popular, sob a coordenação coletiva dos partidos e organizações nacionais que tem responsabilidade na condução da mobilização, para intensificar  fortalecer a luta que possa levar à derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas e ao atendimento das reivindicações dos trabalhadores diante da crise.

É preciso denunciar diante de todo o movimento esta campanha caluniosa que constitui uma defesa do PSDB, um ataque pérfido ao partido que mais lutou para colocar o povo na rua contra Bolsonaro e um ataque ao próprio movimento. E chamar a todas as organizações que integram a Frente Brasil Popular e os ativistas da esquerda a se posicionarem diante desses graves acontecimentos.

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