Pedro Castillo correu por fora do sistema político e derrotou a candidata da burguesia e do imperialismo nas eleições peruanas. Um grupo de militares da reserva, no entanto, exigiu dos da ativa darem um golpe de estado porque as eleições teriam sido fraudulentas, conforme noticia a imprensa peruana.
Após o segundo turno, diante da intensa polarização no país andino, ainda há uma certa mobilização popular a favor de Castillo, que contou com o apoio da maioria dos trabalhadores e camponeses do Peru por se apresentar como um candidato de esquerda. Entretanto, há também uma mobilização fascista a favor do golpe da direita.
Keiko Fujimori, candidata derrotada, é filha do ex-ditador Alberto Fujimori (1990-2000). A imprensa demagoga que tanto se refere ao governo de Nicolás Maduro na Venezuela como uma ditadura nunca falou durante a era Fujimori que o então presidente peruano era um ditador. Apenas depois que ficou muito feio, e depois que ele saiu do poder, que falaram em ditadura, mas sempre o apoiaram.
A chamada burguesia civilizada do Peru apoia inclusive o golpe fascista. O prêmio Nobel de literatura, Mario Vargas Llosa, apoiou publicamente Keiko Fujimori nas eleições e apoia o golpe. Ele é o principal representante da direita neoliberal “democrática” peruana, cachorrinho do imperialismo. Mostra qual é a verdadeira posição da direita “democrática” – políticos coloniais controlados em particular pelo imperialismo americano, igual no Brasil.
Um dos principais assessores de Keiko é um político também “democrático” e com estreitas ligações com a CIA – que esteve de visita no Brasil para fiscalizar o trabalho de seu funcionário no Palácio do Planalto. Nessa visita, Bolsonaro falou sobre a situação preocupante na América Latina. Alguma relação com o golpe no Peru? Veremos.
Isso comprova como o imperialismo está por trás de todas as mazelas que estão ocorrendo neste exato momento no continente. Biden é muito mais ligado ao setor golpista e imperialista da burguesia norte-americana e vai trabalhar para intensificar o regime golpista e de extrema-direita no continente. Brasil e Peru são indicações disso.