Estamos em meio a importantes acontecimentos nacionais com a mobilização de centenas de milhares de pessoas contra o governo Bolsonaro, a direita tentando se infiltrar nas mobilizações da esquerda com a velha política verde e amarela e a esquerda abrindo as portas pra direita adentrar no movimento.
Diante disso tudo, a esquerda convidou ninguém mais ninguém menos que Alexandre Frota, conhecido ator pornô brasileiro e agora Deputado Federal pelo PSDB e Joice Hasselmann, a mesma que em 2016 durante o golpe contra Dilma Rousseff distribuiu adesivos com a ex-presidenta de pernas abertas em que a escória direitista colava em seus carros importados na entrada de combustível.
Nada disso parece ser relevante para a “militância”, se assim podemos chamar, das juventudes do PDT e do PCdoB em Florianópolis, a JSPDT e a UJS. A preocupação central deles é em expulsar o PCO da Frente Fora Bolsonaro de Florianópolis. O que alegam? Supostamente militantes do PCO teriam agredido uma golpista do PDT durante o ato que ocorreu no último dia 26 de junho pelo Fora Bolsonaro.
Aqui destacamos dois velhos golpes utilizados em centros acadêmicos que foram aplicados. O primeiro, usar um problema real que é a violência contra a mulher na sociedade capitalista para incriminar um militante ou simpatizante ou até mesmo toda a organização. O segundo, o método lava-jatista e portanto bolsonarista segundo o qual todos são culpados até que se prove o contrário.
Para isso, aqueles que são contra redigir panfletos para convocar a população a comparecer aos atos se deram ao duro trabalho de escrever uma nota, afinal é só isso que sabem fazer.
Algumas coisas que são importantes de se refletir. O PDT é um partido extremamente impopular, golpista e infiltrado da direita dentro da esquerda – partido do abutre Ciro Gomes. Ele e o PCdoB atacam o PCO pois sabem que o PCO representa o desejo da população. O que as pessoas que compõem o bloco do PCO fizeram é o que o povo pensa, de que esse pessoal a favor da frente ampla, do golpe, da entrega do país para o imperialismo não é bem vindo nas manifestações. PDT e PCdoB (partidos da frente ampla verde e amarela) ficaram incomodados porque defendem uma política de desmobilização e essa política foi denunciada pelos participantes do Bloco do PCO.
A nota cita: “enquanto no comando do carro de som, ao garantir o direito de fala da militante da JSPDT, a dirigente da UJS foi empurrada e sofreu xingamentos enquanto os militantes do PCO buscavam hostilizar e fazer barulho com a bateria para abafar a fala da companheira da JSPDT”.
O incômodo na verdade vem do fato de que não só as pessoas que compõem o bloco do PCO como de outras organizações fizeram coro quando o PCO puxou a palavra de ordem “Ciro Gomes é golpista”. Ciro Gomes é um golpista, apoiou a prisão arbitrária de Lula, a Lava Jato, defende os golpistas. O PDT defendeu a privatização da Eletrobras e seus parlamentares votaram pelo impeachment, não tem nada de esquerda. E se comparecer deve sim ser denunciado, assim como todos os golpistas.
O PCO não é do esquema igual o do PCdoB e PDT, que comparecem às mobilizações por interesses pessoais. Cabe lembrar que até um mês atrás estes mesmos partidos estavam defendendo que era preciso ficar em casa e esperar mais pessoas morrerem para quando acabar a pandemia seus burocratas tirarem a bunda do sofá e ir para rua fazer a única coisa que sabem fazer, campanha eleitoral. Enquanto isso, desde o início da pandemia o PCO se colocou a favor da mobilização para derrubar Bolsonaro; a política desses partidos foi a responsável pela morte de milhares de pessoas. A militância do PCO está do lado da mobilização, é isso que os incomoda.
Um trecho da nota que deixa claro que tudo isso não passa de uma calúnia que tem como intuito tirar o PCO da Frente Fora Bolsonaro é o que diz que “a UJS e a JSPDT aguardam até o momento uma retratação formal do partido em questão e salienta que não deve de existir espaço em nossas organizações ou comandos para entidades que agridem e violentam verbalmente mulheres.” Esta nota deixa claro a intenção por detrás das acusações e de que tudo não passa de calúnia.
Fazem demagogia com as mulheres (justamente o partido de Ciro Gomes!) para expulsar o único partido que realmente defende a emancipação da mulher. Sua colocação retira todo o caráter político do problema, quer dizer que se for uma mulher que serve aos golpistas a população deve aceitar calada todo tipo de política, mesmo que seja contra a população. Perguntemos aos demagogos do PDT e do PCdoB: o povo italiano foi machista ao pendurar a esposa de Mussolini de cabeça para baixo junto com o ditador fascista?
A manobra ficou clara, cabe a quem é ingênuo cair: PCdoB e PDT estão querendo criar um fato para retirar o PCO da organização dos atos e com isso permitir a entrada da direita frente-amplista (PSDB, MDB, DEM) e quem sabe até bolsonarista. É uma mentira deslavada, mas que muito bem poderia ser verdade. Nossa defesa é a da mobilização popular.
Reproduzimos a nota já pedindo desculpas de antemão ao leitor pela despolitização dos “militantes”, mas nos sentimos na obrigação de dispô-la na íntegra. Segue a nota para o desprazer do leitor:
NOTA DA UJS e da JSPDT SOBRE AS AGRESSÕES OCORRIDAS NO ATO DO DIA 26J
A união da Juventude Socialista e a Juventude Socialista do PDT vem por meio dessa nota manifestar o seu absoluto repúdio às agressões sectárias e machistas sofridas pela dirigente estadual e presidenta da UJS Floripa e também da dirigente da JSPDT, que ocorreram por militantes do PCO (Partido da Causa Operária).
Enquanto no comando do carro de som, ao garantir o direito de fala da militante da JSPDT, a dirigente da UJS foi empurrada e sofreu xingamentos enquanto os militantes do PCO buscavam hostilizar e fazer barulho com a bateria para abafar a fala da companheira da JSPDT. Esse tipo de atitude machista e sectária precisa ser exposta e ativamente combatida nos espaços políticos, principalmente naqueles que se propõe a questionar o sistema vigente. É inconcebível que, na luta pelo fora Bolsonaro, sobre tudo em espaço aberto e unificado como se prezam os últimos atos, reproduzamos as agressões físicas e verbais que tanto criticamos e que só servem a direita, especialmente quando direcionadas as dirigentes mulheres.
Com a estarrecedora realidade que vivemos, onde a cada dois segundos uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil, não se deve aceitar sob qualquer hipótese que os espaços de construção política da Frente Fora Bolsonaro permitam práticas que são o oposto a tudo o que defendemos. Cientes da responsabilidade histórica que carregamos, diversas organizações políticas construíram coletivamente o ato entorno de questões centrais e essenciais para o povo brasileiro e por isso, é inadmissível que uma companheira seja coagida no momento mais importante da materialização da política em si: a fala!
A UJS e a JSPDT aguardam até o momento uma retratação formal do partido em questão e salientam que não deve haver espaço em nossas organizações ou comandos para entidades que agridem e violentam verbalmente mulheres.