Nosso país anda em corda bamba. Bolsonaro anda mobilizando sua base, e não para simples fins eleitorais, não: o fascista agita seus apoiadores como quem prepara o moral de um exército. Os seguidores de Bolsonaro são elementos das forças repressivas: policiais, oficiais do exército, guardas, seguranças privados da cidade e do campo. Uma receita que resulta não nas eleições de 2022, mas sim num possível golpe de estado ou guerra civil. A extrema-direita não brinca em serviço e sabe que precisa lutar nas ruas para garantir sua sobrevivência.
As direções da esquerda, por outro lado, olham a situação política atônitas, como se vivessem em outro país. Buscam uma frente com o centrão que alimentou, educou e vestiu a extrema-direita, como se isso fosse trazer algum resultado. Como dependentes químicos, vivem em um mundo imaginário e vão contra o próprio bem-estar para suprir o vício eleitoral. A solução para derrubar Bolsonaro está bem diante dos olhos, basta abrir a porta e ver: milhões de trabalhadores à espera de um comando para atacar.
Por sorte não dependemos somente daqueles que revindicam para si o título de dirigentes populares, pois as tendências históricas são mais fortes que qualquer indivíduo ou partido que se recusa a desempenhar o papel que ocupa. Esses partidos e dirigentes que não se decidiram em travar a mais ferrenha luta com o fascismo e o golpismo serão atropelados pelas massas populares, estas sedentas pela vitória contra a extrema-direita. É isto que estamos vendo nos atos de rua; começando pelo 1º de maio passando pelo dia 29 e agora o dia 19 de junho. As direções estão sendo empurradas para fora de casa. Boulos, um farsante profissional que até ontem era veemente contra as manifestações – claro que quando se tratou de sua campanha eleitoral para prefeito da capital paulista a coisa foi diferente – chegando a dizer que “sairia às ruas assim que a pandemia acabasse”, hoje tenta usurpar as manifestações, mas não consegue do povo nada mais do que indagações quando sobe no carro de som: “Esse não é o barbudo do não vai ter copa? Cadê o Lula?”. Boulos e cia. vão precisar de muita manobra para tirar do currículo o fato de que esperaram morrer 500 mil brasileiros antes de sair às ruas, e que não teriam saído não fossem ameaçados de extinção caso não o fizessem.
As manifestações estão cada vez maiores, no Rio de Janeiro chegou a dobrar de tamanho. Nosso Partido, o Partido da Causa Operária, que travou uma luta incansável contra os oportunistas covardes como Guilherme Boulos, inimigos das mobilizações, fazendo mobilizações todos os finais de semana durante a pandemia, realizando sozinho o 1º de maio, agora trava mais uma luta contra esses mesmos farsantes que querem pintar de verde-amarelo as manifestações, jogando água na pólvora popular e abrindo ala para a infiltração da direita. Nossa tarefa é clara: impulsionar o movimento através dos comitês de luta nas fábricas e nos bairros populares. Os atos devem ser organizados da maneira mais democrática e ampla – nada de golpistas e direitistas – para impedir esse tipo de manobra. Por isso, o PCO se mantém intransigente no uso do vermelho, na agitação e na propaganda revolucionária. Bolsonaro se prepara para a guerra e nós também, a história está do nosso lado e mostrará quem é o mais implacável dos dois.