A exemplo do governador do Estado de São Paulo, o “científico” João Doria Junior, do golpista PSDB, o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes, do também golpista MDB estão fazendo no conjunto da população uma verdadeira carnificina e, diante de tamanha catástrofe, diante da greve dos professores municipais que já dura mais de 100 dias, utilizando professores e até alunos para ministrar aulas.
Pelo menos é isso que está ocorrendo na escola Desembargador Amorim Lima, localizada no Butantan, na região oeste de São Paulo.
Conforme artigo do portal Uol, da última terça-feira (01) a greve na rede municipal, que já passa dos 100 dias, tenta convencer a Prefeitura de São Paulo a retomar as aulas presenciais apenas depois da imunização completa dos professores. Os educadores da Amorim também pedem que as aulas remotas sejam dadas da casa do professor, e não do prédio escolar, onde dizem que podem acabar infectados pelo novo coronavírus.
Contrariada com a paralisação, a direção autorizou que alguns pais de alunos e até ex-estudantes sem preparação formal para lecionar ou com vínculo empregatício com a prefeitura ocupassem o lugar dos professores grevistas no horário oficial das aulas remotas.
De acordo com o que diz artigo, o pai de um aluno de oito anos contou sob anonimato que tomou um susto ao ver uma pessoa conhecida dando aula para o filho no lugar de um professor. Essas aulas ocupam o horário formal de aulas na plataforma Google Classroom, utilizada exclusivamente para este fim.
O pai acompanhava o filho em uma aula remota quando se deparou com a mãe de outro estudante dando uma oficina de leitura e escrita.
O assunto veio à tona no último dia cinco de maio, quando algumas mães aproveitaram uma reunião com professores para falar sobre o assunto. O tema acabou levado para a reunião do conselho, no dia 12, quando participaram cerca de 80 pais, professores, estudantes e direção. (Uol – 01/06/2021)
Conforme é relatado na reportagem, aquele denunciado pelo pai do aluno de oito anos não era o único, ou seja, não era algo fortuito, ou um caso isolado, outros casos começaram a ser denunciado, como o da mãe de uma garota de 11 anos conta como tudo começou. Ela diz que, em razão do perfil da escola, os pais da Amorim são muito engajados. Eles dão oficinais fora do horário oficial de aulas e participam ativamente das reuniões. Em um desses encontros virtuais, porém, alguns pais deram a sugestão de substituírem os professores grevistas.
Na ocasião, uma mãe disse que tinha ensino superior completo e poderia dar aula. Outra disse que poderia contar histórias e, assim, diz, criou-se a ideia de que não haveria problema em ocupar as aulas vagas.
Um dia ela surpreendeu uma mãe ministrando para a filha a aula “aprendendo sobre você”, a respeito de estereótipos.
Na mesma reunião de conselho, diz, os pais que assumiram as aulas afirmaram se tratar de oficinas autorizadas pela gestão. Ela reclama, porém, que a direção não comunicou as famílias e que os pais ocupam o horário regular de aula.
A mãe de um garoto do oitavo ano surpreendeu o filho em uma aula de português sendo dada por uma estudante do ensino médio. Em uma outra turma era uma mãe. Para o filho foi só uma aula, mas essa situação é “perigosa”, diz.
Ela conta que sempre teve oficinas na Amorim, grupos de fora montando projeto extracurriculares, como capoeira, educação ambiental e teatro. Dar oficina no horário de aula e no lugar de professor em greve, porém, seria “substituição de mão de obra”, diz ela ao questionar o comportamento da escola que está criando fura greves, que sequer são “contratados”, o que se pode pensar a princípio, para substituir os professores.
Quanto à reunião do conselho daquele dia 12, em geral ocorre que todas as indagações feitas pelos pais de alunos são respondidas, porém, naquele dia, a presidenta do conselho anotou as questões sobre os pais dando aula e disse que responderia no futuro.
De forma evasiva, mas com o cinismo que é peculiar da prefeitura, bem como, de seus órgãos administrativos, como a Secretaria Municipal de Ensino, a resposta foi de que as aulas ocorrem, mas negou que elas ocupem o horário da grade.
Retenção de salários
Os professores, os quais estão em greve há mais de 100 dias, como forma de poderem preservar, não só suas vidas, mas as vidas dos demais funcionários, bem como, a dos alunos e seus familiares, com o retorno somente após o fim da pandemia e vacinação para toda a população, como única forma de, realmente preservar a vida, estão sendo punidos por essa luta com o confisco de seus salários por esse prefeito criminoso que está utilizando de manobras, como essa denunciada pelos pais de alunos da escola Desembargador Amorim Lima.
O interesse dos capitalistas
No início da pandemia, este diário já vinha denunciando a manobra do Ensino à Distância (EAD). Em um trecho do artigo ao qual incluiremos o link abaixo diz o seguinte: a decisão pelo EAD, entanto, não deve ser analisada a partir de uma perspectiva de “medida emergencial” em defesa da pesquisa e da educação, mas a partir de um olhar amplo sobre os ataques dos governos estaduais e federal contra a educação, que vêm diminuindo a qualidade de ensino, realizando cortes e deixando a comunidade acadêmica ao relento há anos.
A quarentena recomendada diante do avanço da pandemia torna-se, nesse sentido, um subterfúgio para realizar o plano de destruição do ensino. Ensino à distância significa cortar orçamento e extinguir vários elementos essenciais à pesquisa e ao funcionamento da Universidade, implicando na demissão de milhares de funcionários e professores, além de diminuir a qualidade do ensino e a discussão acadêmica.
Intensificar a greve
Diante de tamanho caos imposto pelo prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, onde cerca de 35 mil, em números oficiais já morreram devido ao coronavírus, primeira cidade do mundo em mortes, devida à falta total de condições mínimas para que os professores, bem como toda a gama de trabalhadores possam exercer suas atividades é imprescindível a intensificação da greve. As demais categorias, que sofrem com tamanho descaso da prefeitura, bem como, do “cientifico” Doria devem se inserir nessa luta.
A denuncia dos pais dos alunos é a demonstração cabal de que a população é totalmente avessa à política genocida de volta às aulas, pois não estão dispostos a colocarem seus filhos ao risco de contaminação e consequentemente a eles próprios.