Impulsionados pela ascensão da mobilização política em todo país, o dia 29 de maio será marcado por manifestações nas ruas de todas as capitais brasileiras. Os atos são a primeira iniciativa nesse sentido das organizações de esquerda e populares (Frente Brasil Popular, CUT, MST, entre outras), desde o início da pandemia.
As manifestações fazem parte de uma jornada de mobilizações definida pela Frente Brasil Popular e Frente Fora Bolsonaro, que reúnem em seu interior as principais organizações da esquerda brasileira. A primeira das manifestações ocorre já no dia 26 no Distrito Federal, para três dias depois ser realizada em todas as capitais do país.
Nas principais cidades os atos já têm local e horários definidos. Em São Paulo, por exemplo, o ato está sendo chamado para às 15h na Avenida Paulista. No Rio de Janeiro, a manifestação iniciará na Candelária às 14h, e em Porto Alegre, a manifestação ocorrerá às 15h na prefeitura, tendo concentração às 13h em frente à FACED/UFRGS.
Os atos representam uma evolução do movimento da classe trabalhadora contra a política de paralisia das direções da esquerda pequeno-burguesa, confirmando um avanço na luta contra o regime golpista. O ato nacional de 1º de maio foi nesse sentido um ponto de inflexão, crucial para provar que não só é possível, como também necessário sair às ruas e enfrentar a burguesia.
Todas estas organizações estavam sendo pressionadas pela política do fique em casa, no entanto agora estão sendo pressionadas pela crise e pela vontade de mobilizar que a população brasileira expressa cada vez mais. O momento político exige mobilização.
A chacina do Jacarezinho, o genocídio da Covid, a fome e a privatização já deixaram claro que não há outra saída senão tomar as ruas e enfrentar o regime golpista. Enquanto a esquerda esteve em casa, os golpistas levaram o Brasil a marca oficial de quase 500 mil mortos na pandemia. Enquanto a esquerda não foi às ruas organizar a mobilização, as pesquisas mostraram que ao menos 25% da população passou a conviver com a falta de alimentos em suas casas.
Agora é hora de romper de uma vez com a política farsesca do “fique em casa”. A classe trabalhadora sempre foi obrigada a trabalhar em meio à pandemia, a ser sacrificada em prol dos interesses dos grandes capitalistas, contudo, essa mesma classe agora começa a se mobilizar e realizar greves em diversas categorias pelo país. A exigência é clara: sem vacina, sem auxílio, sem garantia dos direitos, a greve é certa.
É preciso que os partidos de esquerda, que as organizações populares, tomem a frente e organizem a mobilização. A defesa de um verdadeiro auxílio emergencial é fundamental para garantir a sobrevivência dos trabalhadores frente a crise econômica. Além disso, outra reivindicação contém tamanha importância, a defesa da vacinação completa da população.
Não há como trabalhar nos metrôs, nas fábricas e escolas ameaçado a todo momento por uma pandemia mortal, que graças à política golpista mata mais de 2 mil pessoas todos os dias. Como também, é preciso lançar um programa de luta contra o desemprego, exigindo redução para 35 horas semanais da jornada de trabalho e aumento salarial. Junto a isso e as lutas contra as privatizações, os atos do dia 29 serão fundamentais para dar o tom do novo momento da mobilização dos trabalhadores brasileiros.