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Massacre do povo palestino

Não é guerra, palestinos são esmagados por Israel

A imprensa imperialista joga a culpa do conflito no Estado palestino enquanto Israel, fortemente armado e financiado pelo imperialismo, é pintado como herói em defesa de seu povo

Desde o início dos bombardeios na Faixa de Gaza realizados por Israel este ano, a imprensa imperialista tem tratado tais fatos como indicadores de “uma nova guerra” e não faltam declarações afirmando que “os dois lados precisam parar”, sendo o conflito um grande motivo de “preocupação internacional”. Agora, a “comunidade internacional” estaria implorando para que os dois países parassem com o conflito e que tudo seria resolvido com um abraço e um aperto de mão, como se nada disso tivesse um motivo inicial.

Frente à incansável repressão de Israel para com os palestinos dentro e fora de seu aclamado território, os últimos, legitimamente, tentaram se defender ao lançarem foguetes contra os primeiros. Isso foi usado com uma justificativa que validaria a tese de que o grupo palestino Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) atacara Israel primeiro e portanto o país estava exercendo um “direito de defesa”. Esse fato foi noticiado  pela imprensa imperialista como uma agressão gratuita e sem motivo, e portanto o direito de defesa seria legítimo.

Como se já não fizesse da vida dos palestinos um inferno na Terra há anos, Israel agora — também com apoio da imprensa imperialista — utiliza do argumento de direito de defesa e (re)começa os bombardeios na Faixa de Gaza — esse “direito de defesa” já dura quase dez dias e já matou mais de 200 pessoas, incluindo mais de 60 crianças, além de ter deixado mais de 1.500 feridos. Tudo isso sem contar as centenas de feridos pela repressão policial em protestos pró-Palestina nas áreas ocupadas por Israel.

Israel classifica o Hamas como grupo terrorista, um clássico termo do imperialismo que já serviu para as diversas guerras e invasões em países do Oriente Médio, sobretudo por parte dos Estados Unidos. Alegando, portanto, uma defesa de seus próprios cidadãos, Israel afirma estar mirando suas centenas de mísseis em locais-chave para o Hamas, já tendo assassinado diversos de seus oficiais. Entretanto, a não ser que o Hamas esteja nomeando crianças (que são mais de um quarto dos mortos) como seus oficiais, é evidente que afirmações do tipo não passam de uma mentira barata.

Outra prova destas constatações são os próprios alvos em Gaza. Já foram atacados ou completamente destruídos: a sede do Ministério da Saúde palestino; uma clínica no bairro Al-Rimal; a sede da Cruz Vermelha; o principal laboratório de exames de covid-19; a maior biblioteca pública da região; um orfanato; o prédio onde se localizavam as equipes da Al Jazeera e Associated Press; um campo de refugiados; diversos prédios residenciais.

Ainda existem dados indicativos de que, devido à destruição deixada pelos bombardeios, existem cerca de 58 mil palestinos sem moradia em Gaza, estando 42 mil destes albergados em 50 escolas. O Ministério da Saúde palestino afirma que a estrutura e os equipamentos para atenderem os atingidos estão cada vez mais escassos — afinal, diga-se de passagem, em meio a tudo isso ainda existe uma pandemia a ser controlada.

Desde então manifestações pró-Palestina, assim como vídeos e denúncias das atrocidades cometidas por Israel, vem aparecendo por toda a parte. A repressão policial se intensifica, assim como os bombardeios na Faixa de Gaza. Apesar de todos esses dados, a imprensa imperialista, mesmo anunciando que o total de mortos na Palestina passa de 200 enquanto o total em Israel é de 12 pessoas, afirma diversas vezes que o culpado de tudo é o Hamas e que “a comunidade internacional faz apelo aos dois países para que parem a escalada de violência”.

Uma das desculpas dadas pelos líderes imperialistas para apoiar o massacre do povo palestino é que este agiria agressivamente contra Israel com base no antissemitismo. Isso rendeu uma pesada repressão nas já citadas manifestações, ocorridas sobretudo na Europa, sobre a base da demagogia barata desses mesmos líderes, que deliberadamente ignoram as ações de Israel. 

O Estado israelense é armado pelo imperialismo com aviões, mísseis, tanques de guerra e todo o equipamento da mais nova tecnologia possível, enquanto os palestinos tentam nem que seja preservar o seu pequeno território com o pouco que conseguem. Em menor escala, enquanto a polícia israelense, com balas de borracha e gás lacrimogêneo, deixou cerca de 500 feridos numa manifestação contra a repressão no dia 10 de maio, os palestinos revidaram com pedras.

Fica claro que o dito conflito é, na verdade, um verdadeiro massacre. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que eles irão continuar com “força total”, até que se possa retomar a “tranquilidade”, o que, ainda de acordo com ele, irá “levar tempo”. Roni Kaplan, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, ainda jogou a culpa dos mortos em Gaza no Hamas, afirmando que a morte de civis seria, na verdade, pelo grupo supostamente usá-los como escudos-humanos ao “se esconderem no meio da população”.

As diferenças entre Israel e Palestina são gritantes. É evidente que é o estado palestino que está fazendo o máximo para tentar se defender enquanto é atacado incessantemente por Israel e pelos países e imprensa imperialista. O que existe não é uma guerra, mas sim uma carnificina de Israel contra os palestinos tanto na Faixa de Gaza quanto nos territórios ocupados sob intensa repressão.

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