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Centro golpista

Mais uma vez, Estadão dá a linha da burguesia: Lula, não!

Para quem ainda acredita no apoio da burguesia a Lula, a resposta foi dada pela imprensa burguesa: tudo, até mesmo Bolsonaro, menos Lula

Com a recente recuperação dos direitos políticos de Lula após o reconhecimento da fraude dos processos que levaram à condenação do ex-presidente, alguns setores confusos passaram a depositar expectativas não na mobilização popular para a viabilidade da candidatura de Lula em 2022, mas na burguesia que foi obrigada a retroceder na perseguição política para evitar que uma crise ainda maior se abrisse. Para quem ainda acredita no apoio da burguesia a Lula, a resposta foi dada pela imprensa burguesa: tudo, até mesmo Bolsonaro, menos Lula.

O último editorial do jornal golpista Estado de S. Paulo fez questão de esclarecer o repúdio da burguesia diante da possibilidade da vitória eleitoral de Lula segundo resultado da mais recente pesquisa do Datafolha divulgada no dia 12 sobre as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022 que aponta Lula liderando com 41% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro com apenas 23% enquanto os outros nomes apontados pela pesquisa aparecem entre 7% e 2%, destacando-se que os sete candidatos depois de Lula juntos somam 47% das intenções de voto.

O resultado da pesquisa e a possibilidade de vitória do ex-presidente Lula já no primeiro turno longe de agradar a burguesia, causou visível preocupação e grande desespero como fica bastante evidente no editorial do jornal burguês que classifica como impressionante porque segundo o Estadão Lula seria repelido pelo Brasil:

“A distância entre o líder petista e o presidente Bolsonaro já impressiona, mas é também impressionante o fato de que Lula possa vencer ainda no primeiro turno, pois está somente seis pontos porcentuais abaixo da soma de todos os demais candidatos apresentados (incluindo Bolsonaro). E esse dado causa admiração especialmente porque Lula da Silva representa tudo o que o Brasil vem repelindo, eleição após eleição, desde 2016.”

Embora fique evidente também o tom de decepção da burguesia por Bolsonaro estar tão distante de Lula nas intenções de voto, tenta apresentar que rejeita tanto Lula quanto Bolsonaro:

“É o pior dos mundos. Um segundo turno entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro oporia o atraso ao retrocesso, a indecência à imoralidade, a desfaçatez ao cinismo. É impossível que o desfecho de tal disputa resulte em algo positivo para o País, especialmente porque, em qualquer dos casos, o vencedor certamente aprofundará a discórdia entre os brasileiros.”

Além de revelar o medo dos golpistas diante da polarização do povo contra a burguesia, o trecho acima serve para mostrar que o discurso do “nem Lula, nem Bolsonaro” não passa de puro cinismo – cinismo que ironicamente atribui a Lula e Bolsonaro- cinismo porque no próprio editorial o Estadão se contradiz. Se mostra exasperado com um segundo turno entre os dois candidatos, mas reserva seis parágrafos do editorial para atacar Lula e nenhum sequer para fazer o mesmo com Bolsonaro.

Os próprios ataques a Lula são cínicos e vão desde Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 até os processos farsa da Lava Jato que o jornal insiste em defender mesmo com toda a farsa revelada e o claro intuito de perseguição política dos processos contra Lula, que levou à sua prisão ilegal justamente para impedir sua candidatura em 2018 e culminou com o apoio da burguesia a Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais:

“Lula da Silva recuperou seus direitos políticos não por ter sido absolvido das cabeludas acusações de corrupção que pesam contra ele, mas porque o Supremo Tribunal Federal considerou que o ex-presidente não foi julgado em foro adequado e que o juiz que o condenou na primeira instância era suspeito.”

Precisamos reconhecer, no entanto, que de fato a burguesia não quer Bolsonaro como seu representante nas eleições, por isso vem buscando há anos um nome legítimo da direita tradicional capaz de concorrer às eleições, apelo que não deixou de fazer constar no editorial golpista, revelando o pavor da polarização e o desespero para se apresentar um nome de centro há um ano e meio das eleições:

“Há, portanto, um imenso campo para que um candidato de centro, que defenda a responsabilidade na administração pública e resgate o diálogo político como a essência da democracia, possa se apresentar a esse significativo contingente de eleitores, cansados da gritaria petista e bolsonarista.”

A burguesia não está preocupada com “diálogo político”, com a “responsabilidade” – mesmo porque o próprio Estadão revela o cinismo, e a forma rasteira de diálogo da burguesia no seu editorial- a preocupação é quanto à falta de um nome do centro que tenha o mínimo de popularidade para concorrer às eleições e ainda mais a preocupação diante da possibilidade de vitória eleitoral de Lula, a quem a burguesia rejeita veementemente por sua popularidade com as massas atacadas pela direita.

O que fica bastante claro é que a direita tradicional tem pavor da polarização porque leva inevitavelmente  à intensificação da revolta dos trabalhadores contra a própria burguesia e neste sentido Lula é a força que representa a polarização do povo à esquerda contra os golpistas.

É por isso que a burguesia dedicou o editorial do Estadão aos ataques a Lula e não a Bolsonaro, porque não admite a vitória dos trabalhadores no momento atual: Lula, não! Também por isto, caso não encontre seu representante legítimo para 2022, assim como em 2018 a burguesia entre a “desfaçatez e o cinismo” escolhe Bolsonaro porque é tão inimiga do povo quanto ele.

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