Na quarta-feira, 5 de maio, representantes de grêmios estudantis de escolas particulares de Natal (RN) realizaram uma reunião para lançar o movimento “Aulas Presenciais Já!”. A ideia é pressionar as autoridades pela retomada das aulas em caráter presencial nas escolas do Ensino Fundamental II (6º a 9º anos) e Ensino Médio (1º e 2º anos).
Atualmente, as aulas estão acontecendo na modalidade Ensino à Distância (EaD) devido à pandemia do coronavírus. O estado do Rio Grande do Norte registra 240 mil casos confirmados e 5.771 óbitos desde o início da pandemia. O Brasil tem 15.4 milhões de casos e 430 mil óbitos.
A reunião aconteceu no pátio do Colégio Nossa Senhora das Neves, com representantes dos grêmios do CEI Romualdo e da CEI Roberto Freire, Marista, Contemporâneo e Porto. Representantes do próprio Colégio Nossa Senhora também estiveram presentes. Um dos presentes declarou que o movimento “Aulas Presenciais Já” vai lançar um manifesto para a imprensa, que circulará nas redes sociais. Por ser uma iniciativa dos alunos, afirma que isso confere maior “legitimidade” para pressionar pelo retorno.
A paralisia da esquerda, sindicatos e organizações estudantis permite que organizações direitistas, como o movimento “Aulas Presenciais Já”, apoiado pelos capitalistas da educação privada, levantem a cabeça e comecem a agir para forçar o retorno às aulas em plena pandemia, sem vacinação massiva e sem condições seguras para alunos, professores, funcionários, pais e mães.
É preciso combater esse movimento através da mobilização nas ruas, principalmente dos estudantes. Não se pode permitir que a população seja lançada para se infectar nas escolas, como vem acontecendo em diversos locais do País. Em São Paulo, vanguarda na reabertura criminosa das escolas pelo governador João Doria (PSDB), mais de 80 educadores perderam a vida e, inclusive, alunos do Ensino Fundamental II. A burocracia tucana da educação estadual escondeu os dados, o que permite projetar que o número deve ser muito maior.
A política do “Fica em Casa” é utilizada para desmobilizar a esquerda, os sindicatos e as organizações estudantis, enquanto a burguesia faz política em favor dos seus interesses. Os capitalistas em geral, e os da área da educação em particular, estão preocupados com a manutenção dos seus negócios e querem a retomada das atividades o mais rápido possível, custe o que custar. A vida da comunidade escolar é secundária, afinal, são apenas números em uma planilha, na concepção deles. Por sua vez, os lucros são sagrados.