Protestar, obviamente, quer dizer, se manifestar nas ruas. Pressionar de verdade.
Historicamente o 1º de maio sempre foi o dia em que os trabalhadores saíram às ruas, tomaram as praças, pararam as cidades e as fábricas para protestar contra os patrões. É o dia mundial de protestos, todos os anos.
Esse ano, mesmo durante a pandemia, não deveria ser diferente. Esse período de grave crise é o momento em que o trabalhador mais sofre. Neste sentido, o natural a ser pensar é que suas organizações deveriam trabalhar dobrado. Se o ataque à classe trabalhadora aumenta, os sindicatos devem aumentar sua defesa a classe que representa. Aumentar a luta contra os patrões.
Mas como a realidade é diferente do pensamento, a situação em que o povo brasileiro se encontra é o oposto.
As organizações dos trabalhadores que deveriam estar a todo o vapor defendendo o interesse do povo explorado estão com as portas fechadas. Estão incluídos, porque acham que devem, na parcela da população que está no home office.
Ao mesmo tempo, o povo tem que se arriscar diariamente, pegando o transporte público, se aglomerando nos locais de trabalho.
A crise econômica que se soma aí não para de crescer, e esse pessoal sequer se comove. A juventude operária, que normalmente já é o setor mais oprimido pelo capitalismo, está na rua da amargura.
Isto é, como a própria expressão significa: desamparada, aflita e sem perspectivas.
Neste ano, como no ano passado, as tais lideranças decidiram fazer um “protesto” online. Decidiram montar uma farsa e para completar convidaram os piores inimigos dos trabalhadores para discursarem no mesmo “palco”. É um verdadeiro escárnio.
Revela que o povo trabalhador não apenas tem que lutar contra a burguesia, mas também contra suas próprias direções que se recusam a cumprir o papel que deveriam.
Há, no entanto, uma saída positiva para essa situação.
Nosso partido, que é a vanguarda consciente da classe operária, se recusa a entrar nessa política suicida do restante da esquerda.
Sairemos às ruas, mesmo diante das adversidades, para protestar. No sentido correto, nas ruas.
Não é possível aceitar a ideia de que enquanto o povo morre aos montes, pela doença por um lado, pela falta de hospitais e amparo por parte do poder público e de fome e miséria, por outro, pela crise econômica.
Vamos protestar, sair às ruas, impulsionar a tendência a mobilização que já existe e mostrar para toda população que há uma opção positiva para a atual situação.