Desde o início da crise do coronavírus, um dos setores mais afetados pela falta de atividades foi o setor cultural. Bares, teatros, grupos artísticos, cinemas, museus, enfim, toda uma área de atividade humana ficou paralisada e sem socorro dos governantes, o que gerou uma crise gigantesca nessa área.
São setores escolhidos a dedo para ficarem fechados, já que não rendem grandes lucros, ao contrário das grandes empresas capitalistas, que mantiveram seu funcionamento, e outros serviços apontados como essenciais, que também não pararam durante a pandemia.
Diante da crise que se aprofundava na área, o governo federal editou uma Medida Provisória que visava fornecer os mesmos R$600 do auxílio-emergencial para a área cultural, para os trabalhadores da cultura, isso ainda no ano passado. O auxílio foi prorrogado, também, para este ano.
Em primeiro lugar é preciso denunciar a enorme burocracia envolvida no acesso ao recurso, tal como acontece com o auxílio-emergencial, que, inclusive, foi reduzido pelos torturadores que ocupam o governo federal. Todo o trâmite envolve a aprovação pelas assembleias legislativas dos estados, apresentação dos planos de trabalho, o cadastramento e aprovação dos requerentes e, finalmente, a aprovação. Nesse meio tempo, sem sombra de dúvidas, vários artistas e espaços culturais simplesmente foram à falência.
Por outro lado, tal como aconteceu com os que receberam o auxílio-emergencial de R$600,00, os trabalhadores da Cultura não podem sobreviver com esse valor, completamente insuficiente, e, diante dos custos da vida comum de qualquer trabalhador, não custeiam um mês de despesas regulares de um cidadão.
A prorrogação feita pelo Poder Executivo é apenas uma forma de fazer demagogia e estrangular, aos poucos, o setor cultural, que sempre foi criticado pela direita como uma atividade que deveria ser extinta, afinal, a direita brasileira é ela mesma representante do ódio dos dominantes contra a Cultura. Também por isso, em janeiro de 2019, antes de qualquer coisa, antes da pandemia, o governo golpista de Bolsonaro já decidiu extinguir o Ministério da Cultura, começando aí o ataque ao patrimônio cultural brasileiro.
Os governos estaduais e prefeituras não devem ser eximidos, pois todos poderiam ter feito alguma coisa contra a crise que assola o país, e, na verdade, usam Bolsonaro de pretexto para fazer o que sempre fizeram pelo povo, ou seja, nada.
É preciso uma luta, nas ruas, contra o governo dos assassinos do povo, contra a direita de conjunto, Bolsonaro e todos os golpistas, que odeiam a cultura popular. E essa luta tem data marcada: 1º de Maio, dia de luta da classe trabalhadora, no qual os trabalhadores da Cultura devem se agrupar, no MASP, na Avenida Paulista, às 14h, em defesa de suas reivindicações fundamentais.