Com pandemia, crise econômica, perda de direitos trabalhistas e previdenciários, desemprego recorde no país, agora também os preços dos alimentos tornam-se cada vez mais proibitivos para o povo trabalhador e produtor das riquezas do país.
O arroz e o feijão, prato diário do brasileiro, sobe 10 vezes acima da inflação oficial.
Levantamentos do FGV-IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) para os últimos doze meses, indicam que o preço do arroz foi reajustado em 60,8%, do feijão em 69,1% enquanto que a inflação ficou em 6,1% segundo o indicador IPC-FGV.
A carne bovina aumentou 27,2%, o frango 13,9%, os ovos 10%, a cebola 41,1% e a batata 19,4% e o preço do tomate baixou 24,6%. No mesmo indicador, considerados apenas os produtos de alimentação, o índice é de 11,8% de aumento de preços.
Os especialistas explicam a inflação dos alimentos como consequência do aumento das exportações, devido à alta do dólar, o que leva a falta de alimentos para abastecer o mercado interno. No caso do arroz, as exportações aumentaram 260% entre março e julho de 2020.
Desse modo, pagamos mais caro para evitar que os exportadores deixem de exportar, o que sai mais barato para eles. Os preços que os consumidores pagam compensa deixar de exportar, e o deslocamento da produção até o consumidor percorre espaço infinitamente menor e com menor custo que se fosse exportado.
Sem emprego já fica difícil se alimentar, com o aumento dos preços do arroz com feijão, fica impossível. O trabalhador não tem como sobreviver nessas condições. Mas apesar disso o impacto dos preços de alimentação são sentidos mais pela classe de baixa renda, enquanto a classe de alta renda pouco sente o impacto.
Com a crise econômica agravada pela pandemia a produção mundial ficou reduzida, assim os países mais ricos importam a produção dos países mais pobres que são os maiores exportadores de alimentos e matérias primas, ocasionando o maior aumento dos preços nesses países, como é o caso do Brasil. E a tendência é de continuidade dessa situação.
Soma-se a isso a brutal queda nos investimentos que tivemos, em 2011 foram investidos na economia 338 bilhões de reais e em 2020 apenas 153 bilhões. A redução em 30% da atividade econômica entre 2013 e 2020. A forte queda de 5% no comércio, levando a que 6 milhões de empresas de diversos setores encontram-se em processo de venda. Deterioração do mercado de trabalho em expansão.
O quadro atual é de queda de consumo da produção de bens e serviços, por causa do desemprego em massa e falta de investimentos produtivos. As empresas preferem investir no mercado financeiro, e assim a produção vai paralisando e gerando desemprego, fome e miséria para a classe trabalhadora. Enquanto isso, a elite, os 10% mais ricos continuam aumentando seus lucros.
É essa a política genocida e criminosa dos governos golpistas que vieram a partir do golpe de estado em 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff. Esse é o neoliberalismo, que provoca na sociedade o caos, a fome e a miséria, enquanto os mais ricos ampliam ainda mais a renda.
Ao cortar investimentos do estado e privatizar as empresas, transferem o dinheiro do povo através do pagamento da dívida pública aos bancos, para a iniciativa privada. E não estão nada preocupados com a quantidade enorme de pessoas morrendo de fome, miséria e pelo vírus.
Outra coisa nefasta é não investir nada na saúde, e ao invés disso, corta verbas do setor durante a pandemia matando o povo como moscas por não ter hospitais, leitos, UTIs, medicamentos e profissionais em quantidade suficiente para o atendimento. Isso após uma ano de pandemia. Tempo houve o que não houve foi vontade de fazer.
O discurso do governo é claro, salvar a economia, que significa salvar as empresas e por consequência deixar o povo morrer, sem emprego, sem renda, sem onde morar, sem hospitais e sem comida. É uma tragédia anunciada e já em andamento desde o golpe. A pandemia apenas piorou mais a situação.
E como a burguesia têm recursos para se alimentar, pagar médicos e hospitais podem sobreviver, enquanto isso o trabalhador não tem nada para sobreviver. A única coisa que poderá salvar os trabalhadores é que eles se unam através de sua própria organização, em conselhos populares nos bairros, escolas e empresas, etc e tracem um plano de reivindicações e saiam às ruas para lutar contra esse governo genocida.
Caso contrário ficarão em casa esperando a morte chegar por vírus, fome e miséria, ou mesmo com a polícia ou as milícias nazi-fascistas invadindo e espancando, como de costume, aos pobres, trabalhadores e pretos.